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Apenas uma em quatro pessoas com deficiência no país conclui o ensino básico

Em meio às desigualdades educacionais no país, as pessoas com deficiência são mais que o dobro das que abandonam os estudos antes do fim do ensino médio, as com maior defasagem na idade/série e também as que respondem pela maior taxa de analfabetismo: cinco vezes mais

marcello Casal Jr./ABR
Poder público tem de investir em condições para garantir o direito das pessoas com deficiência à educação – Marcello Casal Jr./ABR

Em meio às desigualdades educacionais no país, a maioria das pessoas com deficiência mal conseguem concluir o ensino básico. A cada quatro nessa condição, com 25 anos ou mais, apenas uma consegue concluir o ensino básico, que inclui o ensino médio. É o que mostra levantamento especial do IBGE, no âmbito da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). 

Para se ter uma ideia da desigualdade, o percentual de pessoas sem deficiência que concluem a educação básica é de 57,3%. Mais que o dobro das pessoas com deficiência (25,6%), “A gente tem uma discrepância grande”, disse a pesquisadora Luciana Alves dos Santos.  

No recorte de sexo, o percentual de mulheres nessa condição que encerram a etapa educacional é de 26,5%, acima dos homens (24,4%). 

A pesquisa também revelou que a parcela de alunos com deficiência na série adequada à idade é menor do que entre aqueles sem deficiência. Isso em todas as etapas escolares. A discrepância é menor no primeiro ciclo do ensino fundamental, com percentuais de 89,3% e 93,9%.

Mais defasagem, abandono e analfabetismo entre as pessoas com deficiência

Mas a defasagem aumenta com o tempo. No ensino médio aqueles com deficiência na série correta são 54,4%, enquanto os sem deficiência são 70,3%. Para completar, a taxa de analfabetismo é também maior entre as pessoas com deficiência: quase cinco vezes mais que entre os sem deficiência (19,5% contra 4,1%).  “Isso reflete um acúmulo de estudantes que estão com atraso em relação à idade-série. Tem questões sobre (a falta de) acessibilidade da sala aula, de recursos, ser inclusiva”, disse a também pesquisadora Maira Bonna Lenzi.  

O IBGE considerou como deficiências as dificuldades para enxergar, ouvir, se comunicar, andar ou subir degraus, levantar uma garrafa de água de dois litros, pegar objetos pequenos (ou abrir e fechar recipientes), aprender, se lembrar ou se concentrar e realizar cuidados pessoais. Trata-se, portanto, de pessoas com plenas condições de estudar se forem oferecidas as condições necessárias, como de direito.

Aos pesquisadores, cerca de 18,6 milhões de pessoas, ou 8,9% da população brasileira com dois anos ou mais de idade, declarou ter algum tipo de deficiência. Entre as mulheres, são 10%. Já entre os homens, 7,7%. Entre as regiões brasileiras, o Nordeste se destacou, com 10,3%, a única com percentual mais divergente da média nacional. 

As deficiências relatadas mais comuns são as dificuldades de andar ou subir degraus (3,6%), de enxergar (3,1%) e de aprender ou se lembrar das coisas (2,6%). Cerca de 5,5% dos entrevistados declararam ter apenas uma deficiência, enquanto 3,4% disseram ter duas ou mais.

Fonte: Rede Brasil Atual

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