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Auditores-fiscais do Trabalho repudiam ameaça de novo ministro da Pasta

O Ministério do Trabalho, após o impasse relacionado ao impedimento da posse da deputada Cristiane Brasil e à queda de Helton Yomura, derrubado pelo STF por conta de irregularidades na Parta investigadas pela Polícia Federal, volta ao noticiário com novo escândalo.

A imprensa repercutiu amplamente que o novo ministro, desembargador Caio Luiz de Almeida Vieira de Mello, foi autuado 24 vezes entre 2005 e 2013 por infrações trabalhistas. Ele recebeu multas por manter trabalhadores sem Carteira assinada e por falta de higiene e segurança, ao expor seus funcionários de maneira inadequada a agrotóxicos.

Trator utilizado em fazenda do Ministro do Trabalho não possui cinto de segurança

Vieira de Mello teve de pagar valores que, na época, chegaram a R$ 46 mil. E, para piorar, em entrevista concedida à ONG Repórter Brasil, quando questionado em relação a estes fatos, ameaçou: “Eu vou desmoralizar a auditoria fiscal do trabalho”.

A Agência Sindical falou com Rodrigo Iquegami, presidente da Delegacia Sindical de São Paulo do Sinait (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho). O sindicalista repudiou a bravata do ministro. “É lamentável a tentativa de desqualificar o trabalho técnico dos auditores. Somos um corpo técnico, sem qualquer tipo de viés político ou ideológico”, diz. “O ministro, inclusive, quando não entrou com qualquer recurso administrativo ou jurídico e simplesmente pagou as multas, admitiu implicitamente o erro”, observa.

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“Até por questões éticas, acho que um infrator jamais deveria estar na chefia da fiscalização”, avalia Iquegami. E assim continua a saga das relações trabalhistas no governo Temer: se no parlamento foi aprovada uma lei trabalhista totalmente contrária aos interesses dos trabalhadores, o Ministério do Trabalho se torna uma vitrine de escândalos.

O Sinait divulgou nota pública a respeito do fato.

“Para o Sinait é imprescindível que o ministro Caio Luiz de Almeida Veira de Mello faça uma reavaliação da forma como os fatos foram expostos na matéria, trazendo clareza para como tudo se deu e corrigindo os equívocos evidentes. Estão em jogo a honra e imagem da carreira Auditoria-Fiscal do Trabalho e dos Auditores-Fiscais que a compõem. A entidade é responsável por defender esse patrimônio moral e restabelecer a verdade, fartamente comprovada por documentos e imagens”, diz o texto.

Fonte: Agência Sindical

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