Centrais realizam protestos contra medidas econômicas anunciadas pelo governo
Manifestantes concentram-se no Masp e depois seguem para prédios da Petrobras e Ministério da Fazenda, onde entregam documento com críticas medidas do governo. Bancários ‘abraçam’ prédio da Caixa
As centrais realizam nesta quata-feira, dia 28, ato contra as medidas provisórias 664 e 665, anunciadas no final do ano passado pelo governo federal, que alteram regras para benefícios sociais como pensão, auxílio-doença e seguro-desemprego. Em São Paulo, a manifestação ocorre na Avenida Paulista. São esperados protestos em várias partes do país, num dia nacional de lutas em defesa de direitos e empregos.
Cerca de 40 agências bancárias da região da Paulista abriram com uma hora de atraso e também foi dado um “abraço” no prédio da Caixa, organizado pelo Sindicato dos Bancários, contrários à ideia cogitada pelo governo de promover abertura de capital da instituição e cobrando a manutenção do caráter 100% público do banco.
O aumento dos juros e da tributação sobre operações de crédito (IOF), combustíveis, e a não correção da tabela do imposto de renda em 6,5%, também são alvos dos protestos da entidades de trabalhadores, que temem a condução do país a um ambiente de recessão e desemprego.
“Os bancários e os trabalhadores em geral precisam estar sempre preparados para lutar pelos seus direitos e ampliar cada conquista. O seguro-desemprego, por exemplo, não pode ser fragilizado. É a rotatividade que deve ser combatida. Os bancos praticam a rotatividade para aumentar seus lucros. É isso que o governo e o Congresso devem combater”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, que está na Avenida Paulista.
“Se o governo quer fazer superávit, deve taxar as grandes fortunas e não tirar dos trabalhadores”, critica. “Outro caso é sobre as pensões. Não admitimos a redução do valor dos benefícios, que já é feita no fator previdenciário.” A dirigente destacou, ainda, que a luta dos bancários é também contra a abertura de capital da Caixa Federal. “A Caixa é um instrumento muito importante para as políticas públicas e deve permanecer como é 100% pública.”
O protesto é organizado pela CUT, Força Sindical, CTB, U, CSB e Nova Central, além de movimentos sociais.
De acordo com o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna, os sindicatos defendem que o governo adote fórmulas para melhorar a arrecadação e evitar a retirada de benefícios trabalhistas. Entre as ações, estão o combate à fraude, à evasão de pagamento dos direitos e o aumento da fiscalização. “Já estamos em negociação com o governo, então, esta manifestação é uma maneira de demonstrar a insatisfação dos trabalhadores, dos movimentos sociais com essas medidas neoliberais”, disse Juruna.
Luiz Carlos Mota, presidente da UGT em São Paulo, reclama que o movimento sindical foi pego de surpresa pelas medidas provisórias, pois o assunto não foi discutido com os representantes dos trabalhadores. “Este é o momento em que os trabalhadores estão mostrando para a presidenta Dilma que não podemos retroceder nos direitos trabalhistas, temos que avançar”, disse ele.
Além das medidas provisórias, outra questão levantada por Mota é a pauta trabalhista. “A redução da jornada de trabalho, o fim do fator previdenciário, a correção da tabela do Imposto de Renda são questões que estão afetando o bolso do trabalhador. São reivindicações que temos feito com as centrais sindicais há vários anos. Nunca se mexeu em nada da pauta trabalhista. E agora vem querer mexer na questão do seguro-desemprego, abono, auxílio-doença. Nós não vamos admitir isso não”, declarou.
Fonte: Rede Brasil Atual/Com sindicatos e Agência Brasil