Ela faliu três vezes até criar startup premiada com foco em mulheres pretas
A designer Karen Santos, 31, testemunhou três iniciativas de empreendedorismo falirem até seu primeiro negócio vingar.
Primeiro foi uma agência de design; depois, uma loja de brindes, como canecas e camisetas personalizadas; e, por fim, uma empresa de marketing.
Hoje, ela está à frente da startup UX para Minas Pretas — que nasceu em 2019 como um projeto para trazer mais mulheres para a área de experiência do usuário (UX, de “user experience“, do inglês) e, em 2021, se transformou em negócio premiado nacional e internacionalmente.
Ela participa, no dia 24 de junho, de sessões de mentoria para mulheres que desejam impulsionar ou ressignificar a carreira durante o Universa Talks, em São Paulo. O evento é gratuito, mas o evento é sujeito à lotação. Para se inscrever, clique aqui e insira o código UNIVERSATALKS2023.
Karen se formou em design gráfico e trabalhou em agências de marketing por quatro anos até decidir migrar de área. Resolveu estudar UX, um setor promissor que oferecia vagas com bons salários em startups. A mudança de área foi feita rapidamente. Ela conseguiu entrar para a PicPay, uma fintech (empresa que oferece soluções para o mercado financeiro), e outra startup, a Quinto Andar. O problema é que Karen se sentiu solitária no caminho.
Karen começou o UX para Minas Pretas com o propósito de criar uma comunidade de mulheres negras que pudessem trocar experiências. Em quatro anos, a ideia se transformou em uma edtech, uma startup em educação para capacitação de mulheres negras para o mercado digital.
“O projeto não surgiu para ser um negócio, mas nasceu da minha dor. Quando migrei para essa área não me enxergava: não me via nos eventos, nas palestrantes, no público, nos cursos e, principalmente, nas equipes das empresas de tecnologia”, afirma.
“Pensava que existia uma área para pensar na experiência das pessoas, mas não são todas as pessoas que estão desenhando isso. Experiências não são neutras e nem universais.”
Karen buscou mulheres negras do setor e conseguiu respostas de mais de 300 em todo o país. Em 2019, conseguiu fazer um evento com essas temáticas em empresas como Nubank e Nextel. “Tocava o projeto no final de dia, finais de semana e feriados para conseguir dar conta do projeto e do meu emprego CLT. Mas comecei a pensar na possibilidade de sair da CLT quando tive um princípio de burnout“, conta.
Hoje, a empresa tem uma base de mais de duas mil mulheres que trabalham no ramo, tiveram investimento do Google e vão participar da rede mulheres empreendedoras pela Future Females Business School, iniciativa da embaixada britânica no Brasil.
Como próximo passo, a UX para Minas Pretas vai elaborar metodologias próprias para os cursos e estruturar a equipe de colaboradores. Hoje, a empresa atua, além da capacitação, com um time de recrutadoras e também com ações de publicidade e acesso à informação.
Karen enxerga uma área com potencial de geração de empregos, mas pouco acesso. “É uma área em ampla expansão, que tem vagas com salários altíssimos. Mas os cursos são caros, podem custar de R$ 2.000 a R$ 12 mil”, afirma.
Por isso, a startup liderada por Karen também aposta no lançamento de um curso introdutório em UX para as mulheres pretas e periféricas que querem fazer um processo de migração de área.
Fonte: Universa UOL