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Ensino presencial e faculdades públicas têm desempenho melhor no Enade 2022

Os cursos de graduação presenciais e das universidades públicas tiveram desempenho melhor no Enade 2022 do que aqueles ofertados à distância e ligados a faculdades privadas. Os dados do exame, feito por estudantes do último ano do ensino superior, foram divulgados hoje pelo MEC (Ministério da Educação) e Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).

O que aponta o Enade 2022
A maioria das matrículas de cursos presenciais alcançou as notas de 3 a 5, já os estudantes do ensino a distância se concentram nos índices 2 e 3. O conceito Enade é formado pelas notas de 1 a 5 — sendo esse o valor máximo.

São mais de 706 mil matrículas do ensino EAD com conceito 3 e mais de 663 mil com 2. Cerca de 10,9 mil alunos alcançaram a nota máxima.

De acordo com o Inep, o ensino a distância representa 48,7% das matrículas dos cursos avaliados pelo Enade 2022. Além de direito e administração, o exame avaliou alunos concluintes dos cursos de ciências contábeis, jornalismo, psicologia, relações internacionais, publicidade e propaganda, entre outros.

As universidades públicas, sejam elas federais e estudantes, têm mais estudantes nas faixas maiores do conceito (4 e 5), afirmou o diretor de avaliação da educação superior do Inep, Ulysses Tavares Teixeira. Já as matrículas das privadas se concentram nos índices 2 e 3.

Nas universidades privadas com fins lucrativos, mais de 853 mil matrículas alcançaram o conceito 2. As instituições particulares são as responsáveis pelo maior número de estudantes.

“O sinal de alerta, para alguns cursos já está vermelho, e precisamos corrigir isso. Ninguém corrige, ainda mais na educação, com toque de mágica ou do dia para noite. O papel do MEC é de coordenar, avaliar e discutir. Precisamos discutir juntos e construir os caminhos para corrigir essas distorções”, Camilo Santana, ministro da Educação.

5,5% dos cursos alcançaram nota máxima
Dos quase 10 mil cursos avaliados, apenas 487 (5,5%) alcançaram o conceito máximo do Enade. A maioria ficou na média (nota 3).

Mais de 1,7 mil instituições foram avaliadas. Dessas, 86% são privadas e 14% públicas. Os cursos mais participação na avaliação, que é obrigatória, foram de direito e de administração.

Camilo anunciou também que a partir do próximo ano os cursos de licenciatura serão avaliados anualmente — não a cada três anos. Hoje, o Enade é aplicado anualmente, mas os cursos são divididos em três grupos.

No início do mês, o ministro disse que um bom professor não dá para formar um bom professor a distância. Camilo afirmou que é preciso garantir a qualidade e a experiência prática na sala de aula.

Além do ministro, o presidente do Inep, Manuel Palácios, e o presidente do CNE (Conselho Nacional de Educação), Luiz Roberto Curi, participaram da divulgação dos dados.

Direito em instituição privada
Mais de 30% dos cursos de direito das instituições privadas tiveram nota baixa na avaliação. Nas públicas, a maioria ficou com o conceito 4 e 5.

O MEC discute, atualmente, autorizar a liberação do ensino a distância para os cursos de direito, odontologia, psicologia e enfermagem. Questionado se era a favor de liberar curso de direito a distância, o ministro disse que sua posição pessoal é ser contra.

Depois, Camilo ponderou sua resposta dizendo que o atual MEC não é contra a modalidade, mas que a qualidade precisa ser aperfeiçoada.

Dados do Censo do Ensino Superior 2022 mostram o aumento de alunos na modalidade a distância. Dos 4,7 milhões de estudantes da graduação, mais de 3,1 milhões são de cursos EAD. O MEC tem falado frequentemente da importância de melhorar a qualidade.

Fonte: UOL Educação