Artigos de menuUltimas notícias

Estudo da FGV mostra que desemprego pode ser maior do que aparenta

Um estudo dos pesquisadores Regis Bonelli, Fernando Veloso, Fernando de Holanda Barbosa Filho, Janaína Feijó e Paulo Peruchetti, do  Observatório da Produtivida do FGV IBRE, mostra que o mercado de trabalho brasileiro pode estar menos aquecido do que aparenta. Uma das hipóteses levantadas é de que o aumento do valor dos benefícios sociais tenha afastado o grupo mais jovem, mais pobre e menos escolarizado da busca por emprego.

Os pesquisadores identificaram que uma parte da redução recente na taxa de desemprego está relacionada à diminuição da taxa de participação, ou seja, ao número de pessoas em idade ativa (acima de 14 anos) que estão trabalhando ou buscando emprego.

Desde o início da pandemia, a taxa de participação tem experimentado variações significativas: caiu de 63,4% em fevereiro de 2020 para 56,7% no trimestre correspondente a julho do mesmo ano. Conforme destacado por Fernando Veloso ao jornal Valor Econômico, esse padrão é incomum. Normalmente, as variações na taxa de participação ocorrem em resposta a mudanças demográficas. Após a fase mais desafiadora no combate à Covid-19, a taxa de participação começou a se recuperar e atingiu 62,7% em setembro de 2022. No entanto, desde então, houve um recuo e, no trimestre móvel até abril, voltou a alcançar 63,4%.

Uma hipótese levantada pelos pesquisadores é a de que, com Auxílio Brasil, os mais jovens possam estar se dedicando mais à formação escolar.

O estudo conclui afirmando que:

“Em conclusão, os economistas do FGV IBRE veem uma redução da taxa de participação na economia brasileira que atinge sobretudo a população de menor renda e escolaridade. Essa queda da taxa de participação pode não só atrapalhar a leitura da taxa de desemprego como termômetro da geração de empregos pela economia, como explicado acima, como pode também reduzir os
efeitos benéficos, em termos de PIB e de bem-estar das famílias, de melhoras no funcionamento do mercado de trabalho. Finalmente, há indícios, por ora não comprovados, de que a queda da taxa de participação desde o segundo semestre de 2022 pode estar associada ao grande aumento do volume das transferências de renda às famílias”.

Fonte: Rádio Peão Brasil/com informações de FGV IBRE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.