Governo bloqueia 8.400 concessões de seguro-desemprego suspeitos de fraudes
Um exame nos pedidos de seguro-desemprego feito pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) bloqueou o pagamento de 8.400 concessões vigentes, que totalizam R$ 51 milhões, segundo o ministro Ronaldo Nogueira.
O governo comprou, em 2016, um sistema de R$ 72 milhões que faz um pente-fino nas concessões do benefício e quer poupar R$ 1,35 bilhão por ano. Até o momento, há R$ 142 milhões em exame.
No ano passado, o desembolso com seguro-desemprego foi de R$ 34 bilhões.
Alguns casos de fraudes chamaram a atenção do ministro, como o de uma microempresa que demitiu 280 funcionários de uma vez.
“Um único número de CPF apresentou seis requerimentos [de benefício] por empresas diferentes, como se estivesse empregado em todas e tivesse sido demitido de todas ao mesmo tempo.”
O ministério tem planos para esmiuçar também os pagamentos de abono salarial, seguro-defeso (para os pescadores) e do próprio FGTS.
Em um segundo momento, os órgãos de inspeção de trabalho informal devem ser aprimorados, diz Nogueira.
Os dados sobre o deficit do governo federal em 2016 ainda não foram fechados, mas até novembro, a conta era negativa em R$ 94,2 bilhões.
Não é a crise fiscal, no entanto, a causa da busca de fraudes, mas, sim, uma orientação por controle de gastos, mesmo que esses valores sejam do Fundo de Amparo ao Trabalhador, diz ele.
Volume de energia livre contratada pelo varejo mais que dobra em 2016
As empresas de atacado e varejo mais que dobraram o volume de energia contratada no mercado livre, em que grandes consumidores escolhem geradores com quem fazem contratos diretos.
Em dezembro do ano passado, o comércio consumiu 612 MW, aponta a Abraceel (associação das comercializadoras de energia).
O setor se enquadra na condição de cliente especial, que tem consumo entre 500 kW e 3MW e só pode adquirir energia renovável. Entre os dez maiores desse segmento, seis são redes de varejo.
A oferta de energia desse tipo é o possível gargalo para que a expansão siga no ritmo atual, afirma Alexandre Lopes, diretor da Abraceel. A demanda, segundo ele, ainda tem espaço para crescer.
“Hoje há quase 4.000 clientes no mercado livre, mas ainda existe potencial para outros 8.000 consumidores.”
Fronteiras complexas
O Acordo de Facilitação do Comércio entrará em vigor em breve, mas o Brasil está longe de cumprir os compromissos assumidos, segundo a CNI (confederação da indústria).
Criado na conferência da OMC (Organização Mundial do Comércio) em Bali, em 2013, o tratado valerá se for assinado por mais dois países.
Até o momento, 108 das 164 nações que fazem parte da entidade já ratificaram o documento com medidas para tornar o comércio internacional menos burocrático.
“Temos monitorado e cobrado alguns pontos porque não adianta termos um acordo assinado se os requisitos não forem postos em marcha”, diz Carlos Abijaodi, diretor da CNI.
Entre as medidas pendentes estão a criação de um portal que reúna órgãos anuentes e um sistema simplificado para exportadores consultarem tributos e regras antes de embarcar mercadorias.
Dias de vacas gordas
A indústria de suplementos minerais para pecuária cresceu 6,3% em 2016, em relação a 2015, segundo a Asbram (do setor).
A projeção é que, em 2017, haja um aumento de 12% sobre as 1,39 milhão de toneladas vendidas em 2016.
“Temos cerca de 200 milhões de cabeças de boi no Brasil, mas só 80 milhões recebem suplementos. Há um potencial altíssimo de crescimento”, diz Nelson de Souza Lopes, presidente da Asbram.
A perspectiva de ter insumos mais baratos neste ano, com safra maior de grãos como milho, deve alavancar o setor, afirma.
“Custos serão menores, e o preço da arroba, similar ao de 2016. Com o aumento previsto das exportações de carne, tudo indica uma melhora.”
Marcha… A Honda Serviços Financeiros prevê investir R$ 10 milhões em tecnologia em 2017. A empresa tem se dedicado a digitalizar suas operações de financiamento, diz o presidente, Ricardo Tomoyose.
…lenta Em 2016, a companhia teve queda de 5% no volume de financiamentos, mas ampliou em 40% as vendas de cotas de consórcios para carros. O segmento, porém, ainda representa 1% do negócio.
Vida boa Funcionários dos setores financeiro e jurídico são aqueles com o maior índice de qualidade de vida no trabalho, segundo indicador feito pela Sodexo Benefícios.
Esqueceram… Três em cada quatro clientes acima dos 53 anos dizem que comprariam mais se varejistas entendessem melhor suas necessidades, aponta a consultoria ICLP.
…de mim Apenas 16% deles dizem que suas marcas favoritas fazem recomendações relevantes sobre produtos e serviços. A pesquisa ouviu 756 consumidores brasileiros.
Fonte: Folha de S. Paulo