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Greve Nacional da Educação exige fim do Novo Ensino Médio e aplicação do piso salarial nesta quarta (26)

A Greve Nacional dos/as trabalhadores/as em Educação ocorre nesta quarta-feira (26) e, além de reivindicar a valorização dos profissionais e a aplicação da Lei do Piso salarial, também exige a revogação do Novo Ensino Médio/BNCC.

A CSP-Conlutas estará presente neste dia de paralisação nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Amapá, Amazonas, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Bahia e Ceará. 

A greve foi aprovada por unanimidade na 4ª Intercongressual da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) e promete paralisar as atividades em todas as regiões do país. 

Pela revogação do Novo Ensino Médio

Nos últimos meses, a Reforma do Ensino Médio tem sido alvo de constantes protestos de professores e estudantes, como nos dias 19 de abril e 22 de março. Joaninha Oliveira, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas explica porque o tema retorna na greve. 

“A reforma do Ensino Médio precariza e desmonta a carreira dos trabalhadores em Educação, eleva o número de precarizados e retira do currículo áreas de conhecimento muito importantes”, afirma.

Na última semana, a CSP-Conlutas repercutiu o levantamento realizado pela Folha de São Paulo em que o “sumiço” das disciplinas tradicionais eram denunciados pelos estudantes paulistas do Ensino Médio. 

Confira a matéria: Disciplinas tradicionais “somem” com Novo Ensino Médio

Biologia, História e Química, são trocadas por conteúdo dos chamados “itinerários formativos”, que variam de aulas sobre empreendedorismo a esportes radicais. Em Português e Matemática, há redução da carga horária em até 40%. 

“Isso aprofunda a desigualdade social na educação”, afirma Mandi Coelho, do movimento estudantil Rebeldia. “Se por um lado se cria centro de excelências para os filhos dos ricos, de outro cria uma escola pública rebaixada, com menos acesso ao conhecimento”. 

Para Mandi, a reforma do Novo Ensino Médio também é uma continuidade dos ataques promovidos pelas reformas trabalhista e previdenciária e tem o papel de moldar o jovem a um mercado de trabalho fortemente precarizado e informal.

“Nós chamamos o Novo Ensino Médio de reforma trabalhista da Educação porque visa adaptar o estudante a este cenário de relações fragilizadas, precárias e rebaixada”. 

Lula pode revogar!

Por ter caráter de lei, a reforma do Ensino Médio deve ser revogada pelo Congresso Nacional, no entanto Lula tem papel primordial para evitar o desastre que se encaminha na educação brasileira.

As mudanças no currículo estão contidas na BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e por se tratar de uma resolução é possível a revogação pelo presidente. Integrante da Executiva Nacional da CSP-Conlutas, a professora Flávia Bischain explica a questão.

“É muito importante a revogação da BNCC pois ela é a base nacional do currículo. Se revogar a Reforma e a BNCC continuar não adianta, pois a situação permaneceria a mesma nos estados. É preciso revogar as duas coisas e nesse ponto Lula pode atuar”.

Luta pela aplicação da Lei do Piso

A greve traz à tona também a luta pela valorização da categoria. O piso nacional do magistério é garantido por lei desde 2008. Este ano, houve reajuste de 14,95%, passando o valor para R$ 4.420,55. Contudo, em vários estados e municípios o piso ainda não é cumprido. 

A reivindicação é que o reajuste seja repassado ainda a todos os profissionais que atuam nas escolas, como inspetores e agentes escolares. Em algumas regiões, os professores estão com uma defasagem superior a 14,95% e por isso reivindicam índices superiores.

Greve é Greve!

Diante dos desafios impostos os profissionais da Educação a CSP-Conlutas defende a intensificação da luta. Para tanto, é preciso reivindicar a autonomia e a independência de classe frente aos governos. 

É preciso exigir das centrais sindicais que a Greve Nacional seja tratada como tal e que se coloque peso no ato para que as paralisações tomem conta do país. O movimento não pode ficar à mercê de acordos a portas fechadas que ocorrem no MEC. Agora, é nas ruas!

Fonte: CSP-Conlutas

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