JBS desiste de 10% dos processos no Tribunal Superior do Trabalho
Diretor de relações institucionais da empresa afirmou que a JBS quer “quebrar paradigmas” na questão de relações trabalhistas
A JBS decidiu desistir de cerca de 10% dos processos que estão hoje em tramitação envolvendo a empresa no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Na manhã desta quarta-feira, dia 24, executivos da empresa se reuniram com o presidente do Tribunal, ministro Barros Levenhagen, para comunicar o interesse de abrir mão de aproximadamente 100 processos nos quais já há jurisprudência pacificada a favor dos trabalhadores.
O diretor executivo de Relações Institucionais da JBS, Francisco de Assis e Silva, afirmou ao deixar o TST que a empresa quer “quebrar paradigmas” na questão de relações trabalhistas e, por isso, atua em duas frentes: na criação de um setor denominado ‘compliance’ trabalhista, para adaptar os locais de trabalho e prevenir conflitos com os trabalhadores, e na “limpeza” da carteira de processos hoje existentes.
“Vamos discutir apenas o que é útil e reduzir bastante o passivo. Aqui no TST, por exemplo, vamos desistir imediatamente de 10% dos processos, que já são processos perdidos”, afirmou Assis e Silva. De acordo com ele, cada processo no setor de frigorífico envolvendo questões trabalhistas gera um custo entre R$ 8 mil e R$ 15 mil. Os recursos dos quais a empresa vai abrir mão na Justiça, na visão do executivo, são recursos “fúteis”.
O presidente do TST afirmou que há uma nova atuação da Corte trabalhista em divulgar as empresas que se dispõem a desistir de recursos. Segundo ele, Caixa e Santander já fizeram o mesmo anteriormente, e a Petros – fundo de pensão de funcionários da Petrobras – já demonstrou interesse na mesma iniciativa. De acordo com o ministro, a divulgação das empresas que desistem dos processos também contribui para a imagem da companhia, que passa a ser vista “não mais como a exploradora”.
Fonte: Estadão