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O que você precisa saber sobre o Zika vírus

A velocidade com que o zika se propaga e a associação com casos de microcefalia fizeram a Organização Mundial de Saúde (OMS) considerar a epidemia explosiva. Especialistas dizem que há motivo para preocupação, mas não para pânico. O zika tem se mostrado muito menos letal que a dengue, que mata entre 25 mil e 50 mil pessoas por ano no mundo. Pois, a infecção por zika é assintomática ou branda na maioria dos casos. Porém, a doença já está instalada no Brasil e para combatê-la é essencial erradicar o mosquito transmissor, o Aedes aegypti. Para isso, é fundamental que a população colabore.

O que é zika?
É um flavivírus, parente de dengue e do chicungunha. E como eles, causa doenças do mesmo nome.

A maioria dos casos é branda. E cerca de apenas uma em cada cinco pessoas que contrai o vírus apresenta sintomas.

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QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE AS DOENÇAS?

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Quais as melhores formas de proteção?

O mais importante é eliminar os criadouros. De 80% a 90% dos criadouros do mosquito estão dentro de casa.

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O que deve fazer quem tem sintomas da doença?
Pessoas com sintomas devem repousar e beber muita água e outras bebidas, para evitar desidratação. Não existe tratamento específico. Porém, o Ministério da Saúde recomenda procurar um serviço de saúde para atendimento e tratar os sintomas.

Apesar de não haver ainda contraindicação específica, por precaução, é importante não tomar medicamentos à base de ácido acetil salicílico e anti-inflamatórios, como aspirina e AAS, e utilizar apenas paracetamol ou dipirona. Não está claro se a zika pode causar hemorragias, como a dengue.

Grávidas devem fazer pré-natal qualificado e relatar qualquer alteração percebida durante a gestação.

Como é o diagnóstico?
Não existe ainda exame específico para dizer se uma pessoa teve zika. Na maioria das vezes, o diagnóstico é clínico, pela avaliação dos sintomas. O teste de PCR só indica a presença do material genético do vírus, se for realizado durante o período em que a pessoa está doente. Por isso, é preciso um teste sorológico para zika, que identifique se uma pessoa tem anticorpos específicos, mostrando assim se ela já teve ou não o vírus.

O Aedes aegypti é o único transmissor?
O mosquito é o principal vetor do vírus. Mas, em casos raros e ainda não bem estudados, ele pode ser transmitido por sêmen, transfusão de sangue e leite materno.

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O zika causa microcefalia?
Há uma associação entre a maior incidência de casos de zika e o aumento dos registros de microcefalia. O vírus também foi encontrado na placenta, no líquido amniótico e no cérebro de fetos com microcefalia. Porém, uma das metas é justamente comprovar que o vírus é mesmo a causa da microcefalia e outras complicações.

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O que mais o vírus causa?
O zika já foi associado a síndromes neurológicas, como de Guillan-Barré em adultos, e a uma série de malformações em fetos.

Especialistas em microcefalia alertam que esse é o problema mais evidente, mas não o único. O estudo “Zika virus intrauterine infection causes fetal brain abnormality and microcephaly: tip of the iceberg?” (“Infecção intrauterina pelo vírus zika causa anomalia cerebral e microcefalia: a ponta do iceberg?”), publicado na revista científica “Ultrasound in Obstetrics & Gynecology”, diz que toda essa geração de bebês que nasce agora precisa de acompanhamento médico.

A zika pode, em tese, provocar uma série de outros distúrbios de desenvolvimento, como surdez, epilepsia, problemas de cognição, de fala, motores, que não são aparentes no recém-nascido. A criança pode não ser microcéfala e ter distúrbios.

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De onde vem o zika e como se espalhou?
Não se sabe quantos casos há exatamente no Brasil porque não há notificação obrigatória nem testes específicos. A estimativa é de 400 mil a 1,5 milhão. Até o dia 12 de fevereiro haviam 462 casos confirmados, sendo que 41 tinham relação com o zika, e 3.852 em investigação. Outros 765 foram descartados.

A OMS estima que em um ano o Brasil terá mais 1,5 milhão de casos e as Américas até 4 milhões.

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Quanto tempo demorará até termos uma vacina?
Enquanto o Ministério da Saúde estima prazo de um ano para realizar testes de uma vacina a ser desenvolvida, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o prazo para testagens em larga escala não será possível antes de um ano e meio.

O governo brasileiro anunciou que investirá US$ 1,9 milhão na produção de uma droga por meio da parceria entre o Instituto Evandro Chagas e a Universidade do Texas, nos Estados Unidos. Em outra frente de atuação, a OMS informou que identificou pelo menos 15 empresas que trabalham na busca por vacinas e que duas delas estariam em estado mais avançado: uma dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA e outro produto (com vírus) inativo da empresa Bharat Biotech, na Índia.

Já uma análise publicada na revista científica “Journal of the American Medical Association” (Jama, na sigla em inglês), uma das mais importantes revistas médicas do mundo, estima que o desenvolvimento de uma vacina contra a zika levará de três anos a dez anos, no mínimo. Cientistas brasileiros, americanos e de outros países trabalham em uma, mas como o vírus era pouquíssimo estudado, os trabalhos estão no início.

Para saber mais:
Ministério da Saúde
Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (em inglês)
Organização Mundial de Saúde
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

Fonte: O Globo

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