Perto do Natal, papa Francisco pede Igreja mais acolhedora e critica posições rígidas

Poucos dias após a declaração do Vaticano que permite aos padres abençoar casais do mesmo sexo, o papa Francisco pediu mais acolhimento na igreja e a vigilância contra posições aparentemente bem intencionadas mas que estão em descompasso com a realidade

Poucos dias após a declaração do Vaticano que permite aos padres abençoar casais do mesmo sexo, o papa Francisco voltou a pedir uma igreja mais acolhedora. Nesta quinta-feira (21), o papa advertiu para os perigos para o avanço do catolicismo em meio à rigidez de posições ideológicas, em descompasso com a realidade. E mencionou o debate entre progressistas e conservadores 60 anos após o Concílio Vaticano 2, que introduziu a Igreja no mundo moderno.

‘Permaneçamos vigilantes contra posições ideológicas rígidas que, muitas vezes, sob o pretexto de boas intenções, nos separam da realidade e nos impedem de seguir em frente’, disse o pontífice.

Em reunião nesta quinta-feira, afirmou que os cristãos devem estar sempre inquietos e abertos a mudanças. “Somos chamados a partir e viajar, como os Magos, seguindo a luz que sempre deseja nos guiar, às vezes por caminhos inexplorados e novas estradas”, afirmou.

“A fé cristã, lembremos, não se destina a confirmar nosso senso de segurança, a nos deixar acomodados em certezas religiosas confortáveis e a nos oferecer respostas rápidas para os problemas complexos da vida”, advertiu Francisco, conclamando à reflexão sobre o verdadeiro papel da fé diante da mensagem do Cristo narrado na Bíblia, que pregou a igualdade e o amor.

Papa Francisco enfrenta resistência de conservadores

Desde que foi eleito por seus pares cardeais há dez anos, Francisco tenta tornar a Igreja mais acolhedora para as pessoas que se sentem excluídas, como a comunidade LGBT, mas sem mudar os ensinamentos cristãos sobre questões morais.

Na segunda-feira, aprovou uma decisão que autoriza padres a administrar bênçãos a casais do mesmo sexo, desde que não se assemelhem ao casamento e não façam parte dos rituais ou liturgias da Igreja. Mesmo assim, os conservadores disseram que isso poderia abalar os fundamentos da fé e até mesmo levar a um cisma na Igreja.

Desde o início de seu papado, Francisco fez das saudações de Natal uma ocasião para críticas contundentes à burocracia, destacando o que, na época, chamou de ‘doenças’ e ‘enfermidades’.

Fonte: Rede Brasil Atual