Prevenção
Apresentação ocorreu durante seminário ministrado por Jaques Sherique, promovido pela FEAAC
Na manhã deste sábado, dia 5, dirigentes sindicais dos Sindicatos de Empregados de Agentes Autônomos do Comércio (SEAACs) filiados à FEAAC participaram do seminário Segurança e Saúde no Trabalho nas Atividades de Comércio e Serviços. Ministrado pelo engenheiro de segurança do trabalho Jaques Sherique, o evento teve como foco principal alerta aos dirigentes sobre a importância do trabalho dos Sindicatos na área de saúde e segurança do trabalhador e a apresentação do Programa de Segurança e Saúde no Trabalho – PSST/FEAAC, elaborado pelo engenheiro para os dirigentes da FEAAC e dos SEAACs. Pelo SEAAC de Campinas e Região participaram a presidente Elizabete Prataviera, o diretor-secretário de Saúde e Previdência Social,Valter Ribeiro da Silva e a diretora suplente, Anna Carolina Delfino Hipólito de Moraes.
O especialista abriu o evento apresentando os principais problemas desta área e destacando as diferenças entre as atividades industriais e as da área de comércio e serviços. Sherique mostrou aos participantes as mudanças do setor de comércio e serviços e os problemas de saúde dos trabalhadores relacionados com a pressão por cumprir tarefas, como ansiedade, síndrome do pânico, estafa, afastamento por estresse e funcionários depressivos. “Além disso, a ergonomia em relação ao ambiente de trabalho e os equipamentos utilizados como mobiliário, iluminação e ventilação também podem causar problemas à saúde dos trabalhadores”, alertou o engenheiro.
Para que os dirigentes visualizassem melhor a situação real da área, Sherique apresentou as estatísticas de acidentes e doenças do trabalho. Conforme os números trazidos pelo especialista, mais de 701 mil acidentes e doenças foram registrados com Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) – não incluindo os trabalhadores autônomos e as empregadas domésticas. “Comparando com 2009, o número de acidentes do trabalho teve uma queda de 4,3%. O total de acidentes registrado com CAT diminuiu em 1,7% de 2009 para 2010”, completou o engenheiro.
Destaque para a ocorrência de uma morte a cada quatro horas, motivada pelo risco decorrente dos fatores ambientais do trabalho. Já a cada uma hora na jornada diária ocorre 80 acidentes e doenças do trabalho. A média de empregados que não retornaram ao trabalho no ano de 2010 devido à invalidez ou morte é de 40 trabalhadores/dia. Ainda segundo as estatísticas, em 2010 foram registrados no CAT 79% de acidentes típicos, 18% de trajeto e 3% de doença do trabalho. “Do total registrado com CAT, 47,3% foram do setor de Serviços, 43,9% da Indústria e 3,9% da Agropecuária”, detalhou Sherique.
Após passar pelos principais números e pelas estatísticas da área de saúde e segurança do trabalhador, Jaques Sherique destacou como deve ocorrer a constituição de uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), a forma como o sindicato deve agir e especificou os itens da Norma Regulamentadora (NR) 24, que fala sobre as Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho.
“Condições estas inadequadas em diversas Casas Lotéricas, por exemplo, que apresentam falta de ventilação e de conforto. Sem esquecer das empresas que não apresentam sanitários e fornecimento de água, e escritórios sem local adequado para alimentação, obrigando os trabalhadores a utilizarem suas mesas de trabalho para se alimentar, sem qualquer espaço e/ou higiene”, exemplificou Sherique. O seminarista detalhou ainda sobre as consequências prejudiciais que o excesso de jornada pode causar ao trabalhador.
Programa
Para combater e prevenir todos os itens destacados no evento, o seminarista apresentou aos dirigentes ferramentas de como identificar e intervir nestes riscos. “São programas com modelos de laudos, análises e check list para que os dirigentes possam mapear possíveis riscos e atuar de forma ‘prevencionista’ (SIC)”, disse Sherique, que apresentou o Programa de Segurança e Saúde no Trabalho – PSST/FEAAC, que tem como objetivo proporcionar aos Gestores Sindicais a oportunidade de se informar sobre modernas teorias ‘prevencionistas’ e vivenciar experiências que desencadeem o processo de transformação de seu estilo.
Segundo Sherique, “o Programa habilitará seus participantes a gerenciar com eficiência e eficácia questões relativas à prevenção de acidentes e doenças do trabalho integradas com as demais questões de sua competência, bem como desenvolver a prática do trabalho correto e a redução progressiva dos riscos, o que proporcionará não só a melhor proteção do homem, mas também, continuidade operacional e o aumento da produtividade.”
Para o especialista, a experiência na prevenção de acidentes e doenças tem mostrado que é fundamental a participação de todos os empregados, em todos os níveis hierárquicos, nos programas de prevenção de acidentes desenvolvidos. “Os resultados alcançados são frutos dessa participação. Fazer com que os Gestores Sindicais tomem a si a responsabilidade na prevenção de acidentes e doenças no trabalho, exige mudanças de comportamento, numa ação inovadora e responsável”, comentou Sherique.