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Professores e funcionários de 143 Etecs e Fatecs seguem em greve em São Paulo

Trabalhadores e trabalhadoras de ao menos 143 escolas e faculdades técnicas (ETECs e Fatecs) do estado de São Paulo decretaram greve no último dia 8 e seguem mobilizados em defesa de condições dignas.

Os servidores pedem reajuste salarial, pagamento de bônus, revisão da carreira e apontam que a proposta de reajuste de 6% enviada à Assembleia Legislativa de São Paulo pelo governador Tarcísio de Freitas (Repúblicanos) não repõe a mínima parte das perdas com a inflação.

Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps) apontou que “assim como a Alesp aprovou um reajuste de 50% nos salários do governador e de seus secretários, e também um reajuste ao pessoal da segurança pública, é preciso que se faça justiça com os trabalhadores das Etecs e Fatecs, que se dedicam para manter a instituição entre as referências de qualidade na educação pública”, diz o texto.

Além disso, a categoria critica a proposta de Tarcísio de implementar o ensino técnico nas escolas regulares, ao invés de ampliar as vagas escolas e faculdades técnicas.

O sindicato aponta que a possibilidade de uma rede paralela de ensino técnico, sem investimentos, sem estrutura laboratorial e sem contratação de professores habilitados, irá prejudicar a qualidade do ensino e precarizar ainda mais a estrutura profisisionalizante já existente.

Mobilização continua

Na tarde do primeiro dia de greve, uma comissão com 10 representantes, entre diretores do Sinteps e grevistas da capital, interior e baixada santista, foi recebida pela superintendente do Centro Paula Souza (CPS), professora Laura Laganá.

Segundo ela, não há perspectiva de aumento além dos 6% apresentado pelo governo, nem de mexer no valor do Bônus Resultado (até um salário, no máximo) ou no período de pagamento.

A superintendente disse também que precisaria de tempo para formatar a proposta de revisão de carreira a ser enviada ao governo, “até setembro”. Fez questão de enfatizar que o envio da proposta não garante que o governo irá acatá-la ou sequer concordar em discutir a carreira do Centro em separado das demais categorias.

Os membros da comissão lembraram que, mais do que isso, a intenção do governo Tarcísio é fazer uma reforma administrativa para confiscar direitos, arrochar salários e precarizar as contratações. Justamente por isso, é importante que a categoria tenha uma proposta de revisão de carreira formatada e enviada ao governo o quanto antes, para que possamos forçar a negociação.

A professora Laura ponderou que não é possível divulgar uma proposta completa agora, mas comprometeu-se a apresentar à comunidade, em 10 dias, as diretrizes para a carreira, e se disse aberta a discuti-las.

Sobre a jornada docente, frisou não ser contrária, mas tem o temor de não conseguir contratar os professores necessários e deixar os estudantes sem aulas.

Os membros da comissão ponderaram que essa dificuldade já existe hoje e tem relação com a baixa remuneração. Após a discussão, ela sinalizou com apresentação de uma proposta de implantação progressiva da jornada.

Defesa das escolas, não ao fechamento de cursos nas ETECs e Fatecs

Os representantes da comissão cobraram da superintendente a flexibilização das exigências para a abertura de cursos (a relação candidato/vaga), lembrando que, a partir de agora, com a implantação de uma “rede paralela” de ensino técnico nas escolas estaduais, sem a infraestrutura física e humana necessária, e sem vestibulinho, será uma concorrência “desleal”.

A professora Laura não concorda com a proposta de extinção do vestibulinho e aprovação por análise de currículo, como ocorreu na pandemia, mas disse que está aberta a avaliar, todos os semestres, a situação de cada curso.

O Sinteps defende que haja regras iguais no âmbito do governo estadual: 20 alunos por turma, fim do vestibulinho e extinção das taxas.

Tabela de áreas

Os membros da comissão ressaltaram ainda a dificuldade para a contratação de novos docentes, devido à tabela de áreas nas Fatecs. No caso das ETECs, o catálogo de requisitos de titulação. Eles defenderam que devem existir apenas três áreas: Humanas, Exatas e Biológicas. Na forma como ocorre atualmente, há um claro prejuízo na contratação de docentes.

O professor Rafael Ferreira Alves, coordenador do Centro de Ensino Superior do CPS, disse que serão estudadas melhorias na na tabela.

Assembleia hoje – Nesta quinta-feira (10), o Comando Central de Greve fará sua primeira reunião, com o objetivo de avaliar os dois primeiros dias do movimento e definir as próximas atividades.

Fonte: Redação CUT 

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