“Projeto neoliberal coloca o capital à frente do trabalhador”
Para o secretário-geral da Força Sindical João Carlos Gonçalves, Juruna, somente a presença maciça do Estado pode reverter essa lógica investindo em programas de distribuição de renda e inclusão social
A lembrança dos anos do PSDB no poder ainda é bastante forte na cabeça dos brasileiros. Apesar do plano Real ter controlado a inflação, o governo Fernando Henrique Cardoso ficou marcado pelo alto nível de desemprego, pelos juros altos e pelo desmonte e venda de dezenas de estatais, que foram entregues a preços irrisórios, em processos obscuros e fraudulentos, por exemplo, a Companhia Vale do Rio Doce.
O secretário-geral da Força Sindical João Carlos Gonçalves, Juruna, explica que o projeto neoliberal “coloca o capital à frente do trabalhador” e somente a presença maciça do Estado pode reverter essa lógica investindo em programas de distribuição de renda e inclusão social. Ele explica ainda como o governo brasileiro, na contramão dos governos europeus, conseguiu superar a crise de 2008.
“Enquanto no chamado ‘mundo desenvolvido’ o desemprego levou milhões de trabalhadores ao desespero, com o Estado cortando gastos, reduzindo direitos e precarizando as relações de trabalho, o governo brasileiro fez o oposto: fortaleceu o mercado interno, ampliando o consumo de todos através de um projeto com estratégias ousadas de enfretamento da crise e com centralidade no emprego e no salário”, avalia.
Segundo ele, para que o Brasil mantenha o crescimento é fundamental manter a recuperação do valor do salário mínimo e investir na oferta de empregos de melhor qualidade, principalmente no setor industrial. “Também é importante reduzir a taxa de juros, valorizando o setor produtivo em detrimento do setor financeiro”, reforça Juruna.
Fonte: Brasil de Fato