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Renegociação: ‘Quitei dívida de R$ 1.300 por R$ 82 pelo Desenrola’, diz cuidadora

Claudia Gonçalves Varga, 31, é cuidadora em São Bernardo do Campo (SP). Ela conseguiu quitar uma dívida de R$ 1.300 com a faculdade por apenas R$ 82 à vista por meio do programa do governo Desenrola.

Ela conheceu o programa Desenrola pela TV e viu a oportunidade de quitar suas dívidas com a faculdade Anhanguera, onde cursou pedagogia. O endividamento total de Claudia estava em torno de R$ 1.300. Isso porque, nos últimos seis meses de 2022, cinco parcelas em torno de R$ 170, com juros, resultaram nesse valor. Por meio do programa, pagou R$ 82. Ela já havia renegociado dívidas anteriormente com bancos como intermediadores, mas a facilidade de quitar com o Desenrola chamou a atenção. “Achei muito mais fácil e rápido, só entrar na plataforma. Não
precisei falar com ninguém nem enfrentar fila. Hoje, meu score no Serasa melhorou. Se eu quiser fazer um cartão de crédito, por exemplo, eu consigo”, afirma.

Já Emilly Thuany Pereira da Costa, 21, é cozinheira e ficou sabendo do programa por meio de uma pessoa da família. Moradora de Santo André, SP,
estava com o nome sujo. “Meu nome ficou negativado por dois motivos. O primeiro foi emprestar cartão para familiar. Em segundo lugar, fazia alguns
meses que eu tinha ido morar sozinha e comprei alguns coisas, mas um mês depois eu perdi o trabalho e tudo começou a desmoronar. Não consegui
limpar tudo ainda, e isso faz dois anos.”

Para ela, não foi fácil entender como o programa funciona logo de cara, mas, vendo relatos de pessoas pela internet, conseguiu participar. O endividamento de R$ 2.040 passou a custar R$ 320, que Emilly pagou à vista.

Possibilidade de parcelar
Larissa Marques, 27, é auxiliar de escritório em Santo André (SP). Ela tinha uma dívida inicial de R$ 400 em cada um de seus dois cartões de crédito, que cresceram mais de cinco vezes. “Sabe como é, vira uma bola de neve. E aí cada uma ficou por volta de R$ 2.000 e uns quebradinhos”, diz. A jovem ficou endividada por cerca de três anos, já que a questão começou durante a pandemia.

“Vi como fazia para participar no próprio site. Achei bem intuitivo e não precisei atender a nenhum critério específico para participar. Ainda poderia escolher pagar a dívida por boleto, parcelado, ou à vista”, diz.

A dívida de R$ 4.021 foi paga em R$ 378 em quatro vezes sem juros no boleto, ou seja, R$ 1.134. “Não encontrei essas condições em outros lugares e
já tinha tentado renegociar minhas dívidas. Nem Serasa nem nada do tipo. A maioria desses programas não permite o parcelamento da dívida sem juros. Eu me sentia super mal, triste. E agora posso fazer planos para o futuro”, declara.

Programa Desenrola será estendido até março
O programa Desenrola, do Governo Federal, já renegociou R$ 29 bilhões em dívidas, beneficiando mais de 10 milhões de pessoas em cinco meses, de
acordo com o Ministério da Fazenda. O programa, que terminaria ao fim do ano passado, foi estendido até o final de março com uma Medida Provisória. Até agora, o programa beneficiou dívidas diversas, como bancárias, contas de luz e água.

O Desenrola prioriza a renegociação de dívidas de até R$ 5 mil. Podem ser renegociados débitos bancários e não bancários —como contas de luz e de
água, por exemplo— contraídos de 1º de janeiro de 2019 até 31 de dezembro de 2022. As dívidas entre R$ 5 mil e R$ 20 mil também podem ser renegociadas, mas o valor deve ser pago à vista.

Todo o processo de renegociação é feito pela internet pela plataforma gov.br. Na página, é possível consultar a lista de dívidas passíveis de renegociação e o desconto oferecido.

E no futuro, o programa vai continuar?
Após a extensão do programa Desenrola, o governo está considerando manter a plataforma de renegociação de dívidas ativa para permitir que credores e devedores continuem a negociar entre si.

Uma mudança significativa seria a ausência da garantia do Fundo Garantidor de Operações (FGO) para cobrir possíveis inadimplências ou calotes dos devedores que aderirem às renegociações. O FGO é um mecanismo que pode cobrir possíveis perdas financeiras em caso de inadimplência ou falha em cumprir com os termos da renegociação. Ao remover essa garantia, a responsabilidade e o risco podem recair mais diretamente sobre as partes envolvidas, como os credores.

Fonte: UOL