Sindicalistas estão pessimistas com bancada no Congresso
Os líderes do movimento sindical em Sergipe estão preocupados com a composição do parlamento brasileiro, que passará a atuar a partir de primeiro de fevereiro. De acordo com dados levantados pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), a bancada sindical caiu pela metade, saindo da casa dos 83 parlamentares desta legislatura que se encerra no final deste mês para 46 a partir de fevereiro.
Os dados do Diap revelam que a representação da classe empresarial também caiu, mas mantém grande vantagem sobre os representantes da classe trabalhadora no Congresso Nacional. Conforme o Diap, a bancada empresarial perdeu 50 representantes, mas se mantém com 190 parlamentares.
“Esses dados são assustadores”, analisa o sindicalista Edival Góes, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) de Sergipe. “É necessário debater o tema para encontrar uma forma de enfrentar esta força conservadora”, destacou o sindicalista.
Na ótica do sindicalista, há uma inversão de valores nas leis brasileiras que acabam beneficiando a influência do poder econômico no processo eleitoral. “Os empresários podem investir em candidatos que representam os interesses deles, mas os sindicatos não podem doar um centavo porque é proibido, então fica cada vez mais desleal esta disputa”, ressaltou o presidente da CTB.
Para o diretor de Políticas Sociais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Plínio Pugliesi, há um paradoxo nos números, haja vista que a classe trabalhadora detém maioria entre os brasileiros. “Vemos isso com muita preocupação, é um verdadeiro retrocesso”, ressaltou.
As Centrais Sindicais estarão reunidas ainda este mês para debater o assunto e montar uma estratégia para o enfrentamento desta situação e visando também as eleições futuras. Os sindicalistas defendem maiores investimentos em políticas culturais e na educação para mostrar a importância de trabalhadores ocuparem espaços na política partidária.
“A falta de conscientização favorece a bancada patronal. Com uma bancada conservadora como esta, dificilmente conquistaremos avanços”, avalia Pugliese.
Fonte: Vermelho/Com agências