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No Brasil e no mundo trabalhadores estão mais felizes com o trabalho remot

Foto: Freepik

O levantamento de uma plataforma norte-americana, a Frameable, que analisou dados de diversas pesquisas, mostra que os trabalhadores e trabalhadoras preferem o trabalho remoto, sendo que a maioria quer o híbrido com dias ou horas divididas entre o presencial e em casa, de preferência com mais tempo de trabalho remoto.

Embora esses dados sejam dos Estados Unidos e diferem do Brasil em que a maioria prefere mais tempo de trabalho remoto, o trabalhador brasileiro deve ficar atento ao que os empresários decidirem ao redor do mundo. Normalmente as decisões de grandes empresas refletem em como suas multinacionais e transacionais vão se comportar através do mundo.

A maioria dos trabalhadores dos EUA trabalha em modelo híbrido, sendo que 35% podem realizar suas atividades em casa em período integral e 23% cumprem expediente em casa em meio período. Quando os empregadores oferecem algum grau de trabalho remoto, 87% dos funcionários trabalham remotamente pelo menos um dia por semana, o que significa que apenas 13% rejeitam a flexibilidade. A maioria (58%) fica em casa pelo menos três dias por semana. O levantamento da Frameable foi publicado pelo Valor Econômico.

No Brasil o fenômeno também é sentido. Aqui a proporção de profissionais satisfeitos com o home office aumentou de 64% em 2020 para 73% em 2021. Além da satisfação geral, 81% se consideraram na mesma medida ou mais produtivos em 2021. Em 2020 eram 73%. E a intenção de continuar em home-office após a pandemia aumentou de 70% para 78% de um ano para o outro.

Mentalidade do empresariado

Nos EUA o receio das grandes empresas é que a volta do trabalho presencial provoque uma onda de demissões caso o desejo do trabalhador não seja aceito. Pelo menos 50% dos trabalhadores dos EUA são desistentes silenciosos, o que é causado por empregadores que não fornecem expectativas claras de trabalho e oportunidades de aprendizado e crescimento para sua equipe, além de não demonstrarem que se importam com seus funcionários, mostrou a pesquisa Gallup.

No Brasil 2,9 milhões de trabalhadores pediram demissão de janeiro a maio deste ano, mas a maioria dos pedidos voluntários de demissão é de profissionais com mais tempo de estudo que atua na área de tecnologia da informação.

Aqui, por questões culturais, de acordo com a pesquisadora Sylvia Hartmann da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-.USP), “ o que impede empresas de adotar o home office é a mentalidade de gestores e chefias que têm a necessidade de fazer uma gestão mais voltada para o controle do trabalhador, ter todos ao mesmo tempo no mesmo lugar. Nos escritórios há uma ilusão de que é um trabalho em equipe, de que existe colaboração, de que a gestão é adequada. É muito mais um controle”, disse Hartmann em entrevista ao PortalCUT.

Futuro do trabalho remoto

Ao mesmo tempo, os dados da Survey of Working Arrangements and Attitudes revelam que, ao olhar para o futuro, 31,7% dos funcionários dos EUA querem trabalhar em casa cinco dias por semana e 16% preferem jornadas em tempo integral no escritório. No entanto, 27% dos empregadores planejam não oferecer flexibilidade no local de trabalho pós-Covid e 22%.

De acordo com a pesquisadora, quando analisados fatores como o desenvolvimento econômico do país, o avanço tecnológico e a capacidade das empresas para oferecerem o home office, o Brasil tem cerca 25% de postos de trabalho com potencial para o formato não presencial de trabalho, mas apenas 10% estão em prática.

Direitos dos trabalhadores brasileiros

Em agosto deste ano, o Congresso Nacional aprovou regras para o teletrabalho ou trabalho remoto, tem pelo menos três normas prejudiciais aos trabalhadores: duas que aumentam a jornada de trabalho, sem o pagamento de horas extras e a que tira o poder de negociação coletiva.

Durante a pandemia algumas empresas chegaram a cortar benefícios como vale transporte e vale alimentação dos trabalhadores.  Mesmo antes da pandemia, o home office já era motivo de preocupação para o movimento sindical. Por isso, em abril do ano passado, a CUT lançou guia de negociação para garantir direitos neste formato de trabalho.

Fonte: Redação CUT

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