Datafolha: 2 em cada 3 brasileiros são contra o projeto antiaborto
Maioria de católicos e evangélicos é contra PL antiaborto, diz Datafolha. Urgência da medida foi aprovada na quarta-feira passada na Câmara dos Deputados; 66% dos brasileiros rejeitam a proposta
A maioria dos católicos e evangélicos rejeita o projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados que equipara o aborto após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio. De acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, 57% dos evangélicos e 68% dos católicos são contrários à proposta.
São favoráveis ao projeto 37% dos evangélicos e 28% dos católicos, segundo o levantamento que ouviu 2.021 pessoas de idades a partir de 16 anos, em 115 municípios brasileiros, nos dias 17, 18 e 19 de junho. A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Entre os que se declaram católicos, 1% é indiferente ao tema e 3% não sabem opinar. Entre os evangélicos, os percentuais são de 2% e 5%, respectivamente.
O PL antiaborto é de autoria de um parlamentar evangélico, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). O projeto fixa em 22 semanas de gestação o prazo máximo para abortos legais. Atualmente, não há no Código Penal um prazo máximo para o aborto legal.
No Brasil, o aborto é permitido por lei em casos de estupro; de risco de vida à mulher e de anencefalia fetal (quando não há formação do cérebro do feto). No entanto, a realização do aborto após as 22 semanas de gestação implica a utilização de uma técnica chamada assistolia fetal, que gera grande polêmica no país.
2 em cada três brasileiros são contra o projeto
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O PL antiaborto é rejeitado por 66% dos brasileiros. É o que aponta pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira. Outros 29% dos entrevistados são favoráveis à proposta, 2% responderam ser indiferentes e 4% não sabem.
A pesquisa aponta que 69% das mulheres e 62% dos homens afirmam ser contra o PL 1.904, enquanto 34% dos homens e 25% das mulheres apoiaram a iniciativa. A urgência da medida foi aprovada a toque de caixa na quarta-feira passada na Casa Legislativa.
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Fonte: O Globo