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iFood assina compromisso com entregadores selecionados e não aumenta repasse

Terminou nessa quarta-feira (15) uma reunião de três dias feita pela empresa de entrega de alimentos e encomendas iFood com 23 entregadores de 14 cidades do país escolhidos e convidados pela operadora do aplicativo. Denominado Fórum de Entregadores do Brasil, o evento aconteceu a portas fechadas em São Paulo, sem que os participantes tivessem autorização para informar o endereço da reunião.  

O fórum foi realizado no fim de um ano marcado por mobilizações e breques de entregadores de todo o país por melhores condições de trabalho. Exatamente durante o período em que ele se realizava, trabalhadores de Carapicuíba e Barueri, cidades da região metropolitana de São Paulo, fizeram uma greve e bloquearam a rodovia Castelo Branco. 

De acordo com Lucas Oliveira, de Carapicuíba, a decisão foi de terminar a paralisação “por enquanto e acompanhar”.  Entregador de Barueri, Lucas Cassu avalia que “a greve foi boa”: “estamos tendo mais promoções agora”. As promoções são valores extras temporários pagos por corrida, uma espécie de bônus.  

As principais reivindicações desse e de todos os breques que aconteceram em 2021 – o fim dos bloqueios de conta sem possibilidade de defesa e o aumento da taxa mínima por coleta, que hoje é de R$5,31 -, no entanto, não foram atendidas. A primeira demanda consta na carta compromisso firmada ao final do Fórum do iFood; a segunda parece estar distante. 

Compromissos firmados pelo iFood 

Terminado o Fórum do iFood, o maior app de delivery do país estabeleceu compromissos com os trabalhadores que fazem o serviço existir. A pauta que mais aparece no documento diz respeito à demanda dos entregadores de que acabem os bloqueios de suas contas sem justificativa.  

Da forma como está, muitas vezes sem saber o motivo ou ter possibilidade de defesa, de uma hora para outra entregadores são desabilitados da plataforma e impossibilitados de seguir trabalhando. 

Até fevereiro de 2022 o iFood afirmou que vai dar “transparência sobre o motivo de alertas e suspensões temporárias” e desativação de contas. Até março vai ser aberta a possibilidade de entregadores contestarem as desativações, “iniciando por aquelas que aconteceram nos últimos 6 meses”. 

A plataforma anunciou que vai revisar, até fevereiro, o funcionamento e o prazo do sistema que faz com que um entregador possa migrar entre as diferentes modalidades de vínculo. Atualmente existem duas: o Operador Logístico (OL), que tem jornada fixa e a relação com a plataforma intermediada por uma empresa; e o Nuvem, que define seu próprio horário de trabalho.  

Já em relação a uma das reivindicações principais, o aumento e o reajuste anual da taxa mínima, o encaminhamento tirado foi de que a empresa vai “avaliar a possibilidade”.  

Foi definido também que a partir de 2022 serão feitos fóruns regionais.  

A carta compromisso foi assinada por Johnny Borges, que diversas vezes representou o iFood em mediações com entregadores durante mobilizações, e João Sabino, diretor de Políticas Públicas e Relações Governamentais da empresa.  

Sabino se tornou mais conhecido depois que depôs em nome do iFood, em 7 de dezembro, na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Aplicativos na Câmara Municipal de São Paulo. Na ocasião, ele afirmou que 70% dos entregadores trabalha cerca de três horas por dia, de segunda a sexta. 

Lucas Oliveira, que trabalha de 10h a 14h diariamente sem qualquer dia de folga na semana, definiu a afirmação como “cretina”. Segundo ele, está completamente descolada da realidade. 

Fonte: Brasil de Fato 

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