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Protesto contra violência nas escolas em São Paulo reuniu professores e estudantes

Professores e estudantes protestaram na tarde de quarta-feira (29) contra a violência nas escolas. Eles também homenagearam a professora Elisabeth Tenreiro, que foi morta a facadas por um adolescente em um colégio na zona oeste de São Paulo na última segunda (27). Organizado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp) e movimentos estudantis, o ato ocorreu em frente à sede da secretaria estadual de Educação, na República.

“Livros, sim. Armas, não” foi o principal recado de alunos e educadores, que também portavam flores e cruzes, em memória da professora assassinada. Outros cartazes também pediam acompanhamento psicológico nas escolas, e mais “carinho e atenção” para com a comunidade escolar.

O presidente da CUT-SP, professor Douglas Izzo, criticou o clima de insegurança nas escolas. Além disso, ele afirmou que esse quadro ainda deve piorar, por conta da implementação do Novo Ensino Médio. Isso porque os chamados “itinerários formativos” reduzem e, em alguns casos, até eliminam, disciplinas como filosofia, sociologia e história. De acordo com o professor, são justamente essas disciplinas que fazem o estudante “conhecer o mundo”.

Em entrevista ao site Metrópoles, a presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Jade Beatriz, ressaltou que foram mais de 20 ataques nas escolas nas últimas duas décadas. “É um problema político, é uma consequência do discurso de ódio que vem ocorrendo no Brasil nos últimos anos”.

Clima de medo

Novos dados da pesquisa sobre violência encomendada pela Apeoesp revelam que 98% dos estudantes, 96% dos professores e 97% das famílias acreditam que o governo estadual deveria dar mais condições de segurança às escolas. Além disso, 95% dos alunos e familiares e 91% dos educadores afirmaram que questões de saúde mental – como esgotamento, ansiedade e outros problemas – vêm se tornando mais frequentes no ambiente escolar.

“Faltam funcionários nas escolas, o policiamento no entorno das unidades escolares é deficiente e, sobretudo, não existem políticas de prevenção que envolvam a comunidade escolar”, aponta a presidenta da Apeoesp e deputada estadual, Professora Bebel (PT), em comentário na pesquisa.

Ela destacou ainda que o Programa de Mediação Escolar, criado em 2009 pela secretaria de Educação, a partir de proposta da Apeoesp, com foco na solução de conflitos no ambiente escolar, foi “virtualmente abandonado”. As consequências se fazem sentir no crescimento do número de casos, alertou.

A pesquisa também mostrou que a maioria da comunidade escolar avalia como “média ou alta” a violência nas escolas estaduais paulistas. Também disseram o mesmo sobre as suas próprias escolas. Além disso, 41% dos estudantes e 24% dos professores não se sentem seguros no entorno das suas unidades. E mais: 26% dos alunos e 16% dos educadores não se sentem seguros dentro das suas próprias escolas.

Fonte: Rede Brasil Atual

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