Artigos de menuUltimas notícias

WhatsApp vai ler conversas para IA agir: é o fim da sua privacidade?

Durante a LlamaCon, conferência voltada a desenvolvedores, a Meta anunciou que o WhatsApp ganhará uma função curiosa: resumir conversas.

Para fazer isso, a empresa usará sua ferramenta de inteligência artificial, a Meta AI, que lerá as conversas das pessoas trocadas pelo aplicativo e transferi-las para os servidores da Meta, o que levanta sérias questões sobre segurança e privacidade.

Uma das principais bandeiras quando o assunto é WhatsApp são as mensagens criptografadas de ponta a ponta, ou seja, o conteúdo das mensagens é embaralhado ao sair do celular de um usuário e só reordenado ao chegar no aparelho do destinatário. A Meta afirma que nem mesmo ela consegue acessar essas informações.

Ainda que o recurso esteja disponível só nos Estados Unidos e ainda não estreou nos principais mercados do WhatsApp, como Brasil, Índia e Indonésia, a Meta correu para explicar como ele vai funcionar.

“A intenção da Meta é deixar o mínimo de tempo possível esse conteúdo fora do celular e, assim que retornar, ele deve ser supostamente apagado”, Diogo Cortiz.

A empresa, também dona de Instagram e Facebook, desenvolveu um processo chamado de “Processamento Privado”. Funcionará assim: as mensagens criptografadas serão direcionadas a um servidor, que vai retirar o sigilo sobre elas para permitir que a IA atue. Assim que a tarefa for concluída, a resposta do Meta AI é embaralhada novamente e enviada ao celular do usuário que fez o pedido pelo resumo.

O sistema é semelhante ao projeto da Apple para algumas funções do Apple Intelligence. Chamado de “Private Cloud Computing”, o procedimento da Apple executa na nuvem da empresa tarefas consideradas mais complexas e difíceis para iPhones resolverem sozinhos.

“O Processamento Privado permitirá que os usuários utilizem recursos avançados de IA, preservando a promessa fundamental de privacidade do WhatsApp, garantindo que ninguém, exceto você e as pessoas com quem você está falando, possa acessar ou compartilhar suas mensagens pessoais”, Meta, em artigo publicado no blog de engenharia da empresa.

Outra estratégia da empresa para diminuir os riscos e aprimorar o sistema é colocá-lo à disposição de hackers, crackers e pesquisadores de cibersegurança que fazem parte do Meta Bug Bounty, programa que oferece recompensas financeiras a quem descobrir vulnerabilidades de segurança nos produtos da empresa.

“Isso é bastante positivo quando a gente pensa na comunidade técnica, científica e também no usuário final”
– Diogo Cortiz

As informações divulgadas pela empresa ainda estão centradas na questão de segurança e há poucos detalhes sobre tempo de resposta ou se (e como) as pessoas serão notificadas quando esses resumos forem feitos. O jeito é aguardar.

Fonte: Tilt/UOL