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Xingado pelo chefe, ele ‘engoliu sapo’ por mais um ano, criou empresa e hoje fatura milhões

Após ser chamado de incompetente pelo chefe, na frente de sua equipe, o engenheiro Hiago Stuqui, tomou uma decisão: ter a sua própria empresa. Ele abriu a Stuqui Engenharia três meses após o episódio de humilhação, mas continuou na empresa “engolindo sapo” por mais um ano, até pedir demissão em 2018. Hoje, aos 31, ele é CEO do Grupo Stuqui, que faturou R$ 7 milhões em 2022.

De empregado a patrão

Stuqui começou a fazer estágios no segundo ano da faculdade, em 2013. Os estágios foram em diversas construtoras até o término do curso, em 2015. Ele se formou em engenharia civil na Unoeste, em Presidente Prudente (SP).

Em 2016, começou a trabalhar como engenheiro profissional. Stuqui foi contratado por uma construtora da cidade e era responsável pela execução das obras. Seu salário era de cerca de R$ 2.500 por mês.

Episódios de humilhação no trabalho eram constantes. “Vivia em um ambiente de trabalho com metas impossíveis para serem executadas. Além disso, utilizava o cartão de crédito pessoal para realizar a compra de itens relacionados ao trabalho em si e, quando mostrava as notas para prestar as contas, era muitas vezes contestado e colocado em situações indignas”, diz.

Chefe ligava fora do horário comercial para fazer cobranças. “Ele [chefe] vivia estressado e desdenhava do meu trabalho e também de outros colaboradores. Ele muitas vezes realizava ligações fora do horário comercial para realizar as cobranças. Era muito difícil”, afirma.

Ele foi xingado de incompetente na frente de pedreiros, serventes, encarregado. O xingamento ocorreu em abril de 2017. Devido ao relacionamento delicado que os dois tiveram, Stuqui diz preferir não mencionar o nome do chefe. “Tudo isso tornava a rotina de trabalho extremamente tóxica. Era algo prejudicial tanto para a minha saúde física quanto emocional e mental”, diz.

“O episódio do xingamento foi a gota d’água. Ele me chamou de incompetente na frente de toda a equipe de trabalho. Cheguei em casa chorando, e minha mulher disse que para eu pedir demissão, mas não tinha condições financeiras de fazer isso. Mas foi ali que tomei a decisão de abrir a minha própria empresa”, Hiago Stuqui, CEO do Grupo Stuqui.

‘Foram mais de 12 meses para fechar primeiro contrato’

Em julho de 2017, três meses após o xingamento, ele abriu a Stuqui Engenharia. Mas continuou trabalhando na construtora até agosto de 2018, quando pediu demissão. “Não podia sair antes porque no começo a minha empresa não dava retorno. Foram mais de 12 meses para fechar o primeiro contrato, e a Stuqui Engenharia passou a faturar R$ 50 mil por mês”, diz. Ele investiu R$ 5.000 para abrir a empresa em Presidente Prudente (SP).

A empresa realiza a gestão de obras públicas e privadas no Brasil e em Portugal. “Nós fiscalizamos as obras das construtoras, desde a fundação até o telhado”, diz. A Stuqui Engenharia fez a gestão de diversas obras, entre elas a do Aeroporto Internacional de Navegantes (SC), do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (GO), do Terminal Rodoviário de Piraquara (PR) e de um terminal rodoviário em Santa Maria da Feira, em Portugal.

Em 2019, Stuqui atingiu o seu primeiro milhão. Ele tinha 27 anos, e a Stuqui Engenharia, dois anos de atuação. Stuqui é o único dono da empresa. Ele levou o seu pai, Dirceu, que também é engenheiro civil, para trabalhar na área do financeiro da Stuqui Engenharia.

Em 2022, o faturamento da Stuqui Engenharia foi de R$ 4,8 milhões.

Grupo Stuqui é formado por 8 empresas

O Grupo Stuqui é formado por oito empresas. Entre elas a Stuqui Engenharia, Stuqui Projetos, Freshy Clean (empresas de serviços de limpeza em Portugal) e Stuqui Bank (banco digital do Grupo Stuqui). O grupo tem 68 funcionários, mas atua também com contratos de prestação de serviço.

De 2017 a 2022, a Stuqui Engenharia fez a gestão de mais de R$ 4 bilhões em obras. “Grande parte desses clientes veio de parcerias com bancos. Com uma alta demanda de clientes, decidi formatar o negócio para franquias”, diz.

A Stuqui Projetos, braço no franchising da Stuqui Engenharia, foi aberta em 2022. O franqueado da Stuqui Projetos pode atuar em três setores: vistoria técnica (aprovação de etapas para o financiamento do cliente), avaliação de imóveis (avaliar um imóvel que será vendido) e laudo de patologias (realizar um laudo de avaliação da parte estrutural do imóvel). A rede tem 153 franquias. É exclusiva para engenheiros e arquitetos.

O faturamento do Grupo Stuqui foi de R$ 7 milhões em 2022.

Mais informações:

Stuqui Engenharia – https://stuquiengenharia.com.br/

Grupo Stuqui – https://grupostuqui.com.br/

Fonte: UOL