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Americanas entregam à Justiça lista de credores com dívida de R$ 41 bi e quase 8 mil nomes

As Americanas entregaram nesta quarta-feira (25) uma relação de débitos e credores à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que aceitou, no último dia 19, o pedido de recuperação judicial da empresa. Na lista, a gigante varejista declara uma dívida de R$ 41,2 bilhões a 7.967 nomes. A relação ainda não é definitiva e há informações para serem levantadas, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo. 

Segundo a reportagem, as Americanas não estava preparada para uma Recuperação Judicial e ainda levanta detalhes sobre o rombo contábil. Uma fonte anônima ouvida disse acreditar na possibilidade de que algo em torno de 20% das informações listadas sejam alteradas ao longo dos próximos dias. 

Até o momento, contudo, a varejista deve, ao todo, R$ 41.231.076.111,35. Desse total, R$ 109.484.866,54 se referem a débitos com micro e pequenas empresas. Outros R$ 64.842.121,99 são créditos trabalhistas e R$ 41.056.749.122,82 são créditos quirografários, sem garantia. Os maiores credores da companhia são bancos privados. Apenas nove instituições financeiras somam mais de R$ 22 bilhões do total de R$ 41 bilhões reconhecidos na recuperação judicial. 

Humor bancário

A lista protocolada na Justiça indica que as Americanas devem R$ 5,2 bilhões ao Deutsche Banck, R$ 4,5 bilhões ao Bradesco, R$ 3,6 bilhões ao Santander, R$ 3,4 bilhões ao BTG, R$ 3,3 bilhões ao Votorantim, R$ 2,7 bilhões ao Itaú Unibanco e R$ 2,5 bilhões ao Safra. A companhia também acumula dívidas com bancos públicos. São R$ 1,3 bilhão no Banco do Brasil, R$ 501 milhões para a Caixa e R$ 276 milhões no BNDES. As cifras ajudam a explicar, de acordo com reportagem da CNN, o tamanho da briga entre os bancos privados com a empresa dos bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. 

No domingo (22), o trio emitiu uma nota pública em que se posicionaram pela primeira vez sobre o caso desde o começo da crise, exposta em 11 de janeiro. Na ocasião, o ex-CEO Sergio Rial, que estava no cargo da empresa há pouco menos de 10 dias, divulgou que foram identificadas “inconsistências” nos balanços das Americanas dos últimos anos. 

Ao comentarem o caso no documento, os bilionários, em um trecho em particular, incomodaram os banqueiros por sugerirem que eles teriam responsabilidade pelo rombo contábil. Segundo o trio, que é suspeito de ter participação direta nas práticas da varejista que levaram ao endividamento, tantos os auditores da (consultoria privada) PwC, quanto os bancos que mantinham operações, “jamais denunciaram qualquer irregularidade nas contas da companhia nos últimos anos”. 

Fabricantes na lista

Lemann, Sicupira e Telles também negaram que tivessem conhecimentos das “inconsistências” contábeis da companhia. A avaliação de economistas, no entanto, é a de que seria “muito improvável” que os controladores não tivessem ciência do rombo bilionário nas contas das Americanas. 

A lista de credores das Americanas, divulgada hoje, apresenta, além de bancos, fornecedores de serviços e produtos. Entre eles, fabricantes de chocolates que forneciam à “maior varejista de ovos de Páscoa do mundo”, como se descreve a empresa no pedido de recuperação judicial. Apenas para a Nestlé, a empresa deve R$ 259 milhões. Em seguida aparece a Mondelez, com R$ 97 milhões, a Neugebauer, com R$ 15 milhões, e a Hershey, com R$ 16,7 milhões. 

Empresas de tecnologia também foram listadas, com destaque para a Samsung, com R$ 1,2 bilhão devido pelas Americanas. A varejista também tem uma conta de R$ 94 milhões com o Google, R$ 98,6 na Apple e R$ 11,4 milhões para o Facebook. Há débitos ainda com as fabricantes de eletros. Como Semp (R$ 70 milhões), LG (R$ 52,8 milhões), Lenovo (R$ 31 milhões) e Dell (R$ 36,8 milhões). Para a Ambev, que tem entre seus principais acionistas o trio de bilionários, as Americanas também acumulam dívida de R$ 4 milhões. 

Fonte: Rede Brasil Atual

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