“Demissões na General Motors são injustificáveis”, dizem Centrais: SEAAC Campinas tem caso de demissão irregular e perseguição
Demissões na General Motors (GM) são injustificáveis, tendo em vista o aumento de 18,18% nas vendas brasileiras entre abril e junho de 2023
As Centrais Sindicais divulgaram nota repudiando a atitude da General Motors (GM) que demitiu trabalhadores por e-mail e telegrama no último final de semana.
Demissões na General Motors
Segundo a presidente do SEAAC Campinas e Região, Elizabete Prataviera, a GM de Indaiatuba demitiu um trabalhador que estava afastado por auxílio doença e no retorno foi dispensado, mesmo estando incapaz de voltar ao mercado de trabalho. Houve audiência de conciliação na DRT no dia 17 de outubro para reverter a demissão do trabalhador. A GM desrespeitou a cláusula da Convenção Coletiva que prevê estabilidade para o trabalhador acidentário. O Sindicato afirma que em razão de ações movidas por dois trabalhadores contra a empresa, os mesmos passaram a sofrer perseguição. “Estamos acompanhando os casos desde o início do ano e constatamos uma série de irregularidades praticadas pela GM em Indaiatuba”, afirmou Elizabete Prataviera, do SEAAC Campinas e Região.
De acordo com as lideranças sindicais, em São José dos Campos e Mogi das Cruzes, a GM descumpriu acordos de layoff firmados com os sindicatos, que garantiam a estabilidade no emprego para todos das duas plantas.
O dirigentes alertaram ainda que em São Caetano do Sul a empresa realizou os cortes de maneira unilateral, sem prévia negociação.
“A montadora alega queda nas vendas, mas, contraditoriamente, registrou aumento de 18,18% nas vendas brasileiras entre abril e junho de 2023, na comparação com o mesmo período do ano passado”, destacam na nota.
Os sindicalistas dizem ainda que demissão coletiva sem negociação prévia com os sindicatos, contraria a legislação nacional. “Os cortes realizados pela GM no Estado de São Paulo são injustificáveis.”
Veja a seguir a íntegra da nota:
NOTA DAS CENTRAIS SINDICAIS: NÃO ÀS DEMISSÕES NA GENERAL MOTORS!
As Centrais Sindicais Brasileiras repudiam veementemente a atitude da General Motors (GM), que, em pleno sábado (21/10), demitiu trabalhadores por e-mail e telegrama.
Em São José dos Campos e Mogi das Cruzes, a GM descumpriu acordos de layoff firmados com os sindicatos, que garantiam a estabilidade no emprego para todos das duas plantas. Em São Caetano do Sul a empresa realizou os cortes de maneira unilateral, sem prévia negociação.
A montadora alega queda nas vendas, mas, contraditoriamente, registrou aumento de 18,18% nas vendas brasileiras entre abril e junho de 2023, na comparação com o mesmo período do ano passado, obtendo lucro líquido de 2,57 bilhões de dólares (R$ 12,94 bilhões), um aumento de 51,6% na comparação anual.
Demissão coletiva sem negociação prévia com os sindicatos, contraria a legislação nacional. E os cortes realizados pela GM no Estado de São Paulo são injustificáveis.
Isto posto, as Centrais Sindicais abaixo-assinadas apoiam a greve unificada por tempo indeterminado, iniciada na segunda feira (23/10) e pedem o cancelamento dos cortes.
Para reverter as demissões e garantir os postos de trabalho, os três sindicatos buscam negociação com a montadora e reivindicam intervenções imediatas do Governo Federal, do Ministério do Trabalho, do Governo do Estado de São Paulo e do Ministério Público do Trabalho.
Registramos também que os metalúrgicos da GM no Estado de São Paulo contam com apoio mútuo dos trabalhadores e trabalhadoras da montadora nos Estados Unidos. Em greve há mais de um mês, os operários norte-americanos lutam por aumento de salário e melhores condições de trabalho. Naquele país, movimento é liderado pelo UAW (United Auto Workers).
São Paulo, 24 de outubro de 2023
Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Moacyr Roberto Tesch Auersvald, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
Antonio Neto, Presidente da CSB, (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Atnágoras Lopes, Secretário Executivo Nacional da CSP-Conlutas
Nilza Pereira, secretária geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora
José Gozze, Presidente da PÚBLICA, Central do Servidor
Emanuel Melato, Coordenador da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora
Fonte: Rádio Peão Brasil