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Recruta da Marinha em BH denuncia ofensas racistas feitas por colegas e um superior

Um recruta da Marinha, de 19 anos, disse que foi alvo de ataques racistas feitos por colegas e até por um superior na Capitania Fluvial de Minas Gerais, em Belo Horizonte.

Os ataques começaram em novembro do ano passado. Ele, que prefere não se identificar, foi transferido da unidade no bairro Belvedere para outra unidade na avenida Raja Gabaglia. “Quando foi transferido, perguntou para o superior o que faria na nova unidade. O superior respondeu: ‘ser escravo'”, disse ao UOL o advogado Gilberto Silva, que representa o recruta.

Logo as ofensas também foram disseminadas entre os colegas em um grupo de Whatsapp. “Nesse grupo, ele é xingado de macaco, preto, macumbeiro, primata. Falam que é para ele receber banana, chibatada”, afirma o advogado, que também é presidente da Comissão de Promoção da Igualdade Racial da OAB-MG, Subseção Lagoa Santa.

Print registra ofensa racista. Em um print enviado ao UOL, um dos colegas do recruta responde a um áudio dele com a seguinte mensagem: “Esse primata é um brincalhão”.

O recruta relatou os ataques, que também acontecem presencialmente, à polícia na terça-feira (30). O advogado diz que também acionará a Justiça pelo crime de racismo e por danos moral e psicológico.

“Ele ficou bastante abalado, está ainda”, contou Gilberto Silva.

Por meio de nota, a Marinha lamentou o episódio e disse que serão realizados os procedimentos para apuração do caso. “A MB [Marinha do Brasil] lamenta o ocorrido e reafirma o seu compromisso com a ética e com o respeito à dignidade da pessoa humana e reitera seu firme posicionamento contra condutas que afetam a honra e o pundonor militar”.

O UOL entrou em contato com a Polícia Civil sobre a denúncia. Caso haja resposta, o texto será atualizado.

Print mostra ofensa racista em grupo de Whatsapp – Imagem: Reprodução

Fonte: UOL