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Dieese: Negociações salariais retomam fôlego e mostram ganhos reais no 1º semestre de 2025

Turismo, comércio e transportes puxam recuperação

Dieese: Negociações salariais retomam fôlego e mostram ganhos reais no 1º semestre de 2025

Os dados mais recentes do sistema Mediador, até 10 de julho, indicam uma inflexão positiva nas negociações salariais. Após uma sequência de meses com alta incidência de reajustes abaixo da inflação, os acordos fechados com data-base em junho mostram avanço significativo na recuperação do poder de compra dos trabalhadores. Os dados foram divulgados na quarta-feira (16) pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Dos 181 negociações salariais analisadas em junho, apenas 5% resultaram em reajustes inferiores ao INPC-IBGE — o menor percentual desde o fim de 2024. O número representa uma queda expressiva frente aos 13,7% registrados em abril e 13,5% em maio. Ao mesmo tempo, cresceu o percentual de negociações com ganhos reais, especialmente nos setores de turismo e hospitalidade, comércio e transportes.

A variação real média dos reajustes salariais em junho foi de 1,05% acima da inflação. Entre os acordos que conquistaram aumentos reais, a média foi de 1,39%. Já os poucos casos com perdas salariais registraram uma média de -0,85%.

Negociações salariais no 1º semestre

A tendência de melhora nas negociações salariais é reforçada pelo dado agregado do primeiro semestre de 2025: 78,6% das 7.496 negociações analisadas resultaram em reajustes acima do INPC, 13% ficaram no mesmo nível e 8,4% abaixo. A variação real média no período foi de 1%, próxima dos 0,96% registrados nos últimos 12 meses.

Setores e regiões

Todos os grandes setores econômicos apresentaram desempenho semelhante no semestre, com cerca de 77% das negociações superando a inflação. O setor de serviços liderou com 79,5% dos reajustes acima do INPC. Já o setor rural, embora com maior incidência de perdas (17,1%), apresentou a maior variação real média: 1,19%.

Regionalmente, o Sudeste e o Sul destacam-se, com 83,3% e 80,4% dos acordos superando a inflação, respectivamente. O Centro-Oeste teve o menor desempenho, com 71% dos reajustes acima do INPC e maior frequência de perdas (13%).

Pisos salariais

O piso salarial médio das negociações no primeiro semestre foi de R$ 1.799, enquanto o mediano ficou em R$ 1.668. Entre os setores, os serviços tiveram o maior piso médio (R$ 1.837) e o setor rural, o maior piso mediano (R$ 1.736). A região Sul lidera nos dois indicadores.

Resumo dos principais dados em tópicos:

Melhora nas negociações coletivas em junho:

  • 5% dos acordos abaixo do INPC (menor desde 2024)
  • 78,6% com ganhos reais no 1º semestre
  • Variação real média: +1,05% em junho, +1,00% no semestre

Setores em destaque:

  • Turismo, comércio e transportes impulsionaram resultados em junho
  • Serviços: maior percentual de ganhos reais (79,5%)
  • Setor rural: maior variação real média (1,19%), mas mais perdas (17,1%)

Desempenho regional:

  • Sudeste: 83,3% dos acordos acima do INPC, maior variação média (+1,18%)
  • Sul: apenas 4% das negociações com perdas
  • Centro-Oeste: menor percentual de ganhos (71%)

Pisos salariais:

  • Média: R$ 1.799 | Mediana: R$ 1.668

Setores com maiores pisos:

  • Serviços (R$ 1.837 – média)
  • Rural (R$ 1.736 – mediana)
  • Região Sul: maiores valores médios e medianos

Fonte: ICL Notícias