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Consignado CLT cresce e atinge R$ 50 bi em seis meses

Migração de contratos antigos e juros mais baixos impulsionam adesão

Mais de R$ 15,7 bilhões em contratos antigos de crédito consignado já foram migrados para a plataforma Crédito do Trabalhador, integrada à Carteira de Trabalho Digital, segundo dados divulgados na quinta-feira (18) pelo Ministério do Trabalho. Do total, R$ 3,2 bilhões correspondem a contratos renegociados com instituições financeiras, com taxa média de juros de 2,65% ao mês.

A expectativa do governo é que, até outubro, o valor migrado atinja R$ 40 bilhões, consolidando a plataforma como uma das principais alternativas para a contratação de crédito com garantia.

Os dados foram apresentados pelo secretário de Políticas de Proteção ao Trabalhador, Carlos Augusto Simões Gonçalves, durante o II Seminário Nacional de Crédito Consignado, realizado no Banco Central.

Lançado em março, o Crédito do Trabalhador, também conhecido como Consignado CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), já contabiliza mais de R$ 50 bilhões em crédito contratado por 5,4 milhões de trabalhadores com carteira assinada.

A nova modalidade do consignado tem como diferencial o uso de até 10% do saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) como garantia, além da multa de 40% em caso de demissão sem justa causa. As parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento.

O programa conta hoje com 122 instituições financeiras habilitadas, das quais 64 já operam ativamente.

Segundo o secretário Carlos Augusto, a taxa média de juros da nova linha é de 3,42% ao mês, significativamente menor que a média dos empréstimos pessoais, que gira em torno de 11% ao mês.

Com juro menor, novo consignado se destaca

A nova linha de crédito se mostra competitiva em relação a outras modalidades disponíveis no mercado.

De acordo com o Banco Central, a taxa média do consignado privado em março era de 3,02% ao mês. Com a garantia do FGTS, o Crédito do Trabalhador pode reduzir os juros em até 40% em relação à média atual — e até 70% se comparado ao crédito pessoal não consignado.

Confira a média de juros de outras modalidades:

  • Cheque especial: acima de 7% ao mês
  • Cartão de crédito rotativo: mais de 10% ao mês
  • Crédito pessoal não consignado: cerca de 11% ao mês

Expectativas otimistas: R$ 100 bi em três meses

A meta do Ministério do Trabalho e da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) é ambiciosa: atingir R$ 100 bilhões em contratos nos próximos três meses. O governo aposta na familiarização gradual de trabalhadores e empresas com a plataforma para ampliar o alcance da medida.

Ao todo, 47 milhões de trabalhadores formais podem ser beneficiados pela nova modalidade, incluindo empregados rurais, domésticos e microempreendedores individuais (MEIs).

Com taxas mais acessíveis e estrutura digital integrada, o Crédito do Trabalhador se consolida como uma alternativa mais segura e eficiente no combate ao superendividamento e na ampliação do acesso ao crédito.

Fonte: ICL Notícias