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Entenda a diferença entre trainee, estágio e jovem aprendiz

As contratações diferem em salários, expediente e registro na carteira

Qual a diferença entre trainee, estágio e jovem aprendiz?

Vamos desvendar cada um desses tipos de contratação, começando por… Estágio

  • Quem pode participar? Estudantes matriculados em alguma instituição de ensino (escola ou faculdade).
  • Regulamento por lei? Sim, pela Lei nº. 11.788, também conhecida como a Lei do Estágio.
  • Limite da jornada de trabalho: o estagiário pode cumprir uma carga horária máxima de 6h por dia ou 30h por semana. Esse limite é para que ele possa ter tempo para conciliar os estudos com o trabalho.
  • Tempo de contrato: o estudante pode permanecer por até dois anos na função.
  • É registrado na carteira de trabalho? Sim. Larissa Salgado, advogada especialista em direito do trabalho e sócia do escritório Silveiro Advogados, explica que não é um contrato de trabalho vinculado a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), mas sim regulado pela Lei do Estágio, devendo estar registrado como tal.
  • Benefícios: algumas empresas concedem os mesmos benefícios para todos os funcionários, independente do vínculo empregatício. No entanto, por lei, o estagiário deve receber vale-transporte e bolsa-auxílio.
  • Funções: “Como o estágio tem vínculo com a faculdade, é comum as funções serem mais delineadas, pois elas precisam ter aderência com a área que o jovem está se formando”, diz Lara Prado, sócia da Cia de Talentos, consultoria especializada em programas de estágio e trainee.
  • Salário: o valor depende de cada empresa. Pesquisa do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) em parceria com o CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) mostra que a média desse benefício em 2021 foi de R$ 1.023,69.
  • Idade: não há um limitador.

Trainee

  • Quem pode participar? Estudantes que estejam terminando a graduação ou, geralmente, com até dois anos de formado na faculdade.
  • Regulamento por lei? Segundo Salgado, não há uma lei específica semelhante ao estágio e jovem aprendiz, mas o trainee é regido pelos mesmos direitos concedidos aos profissionais contratados pela CLT e, por isso, tem direito a férias remuneradas e 13º salário.
  • Limite da jornada de trabalho: o trainee pode ser tratado como um funcionário contratado, por isso a carga horária, geralmente, segue a dos outros funcionários. O horário exato pode variar de empresa para empresa, mas, geralmente, são 8h diárias.
  • Tempo de contrato: o candidato, uma vez que é contratado com carteira assinada, não tem um prazo. Prado explica que o programa de formação para trainee disponibilizado pela empresa tem um prazo definido, porém não quer dizer que seu vínculo com a companhia será encerrado.
  • É registrado na carteira de trabalho? Sim.
  • Benefícios: segue os mesmos benefícios concedidos a funcionários contratados.
  • Funções: diferente do estágio, o trainee não precisa ter funções tão específicas ou relacionadas com sua área de formação. Como o profissional já se formou, as possibilidades de trabalhar em diferentes áreas são maiores. Na seção Minha Experiência, trago o exemplo da Mariangela Castro, 23, dá um scroll. – Segundo Prado, o trainee é uma forma de ampliar o leque de oportunidades, já que, quando está na universidade, o jovem faz estágio e olha para aquilo que conhece como relação direta entre o técnico com sua atuação. – Inclusive, existem alguns programas de trainee que oferecem a possibilidade de job rotation, ou seja, transitar pelas áreas da companhia.
  • Salário: como o trainee já tem uma formação superior, ele traz mais bagagem profissional e, por isso, ganha salários maiores que o estagiário ou o jovem aprendiz.
  • Idade: normalmente não há um requisito, mas vai depender da companhia.

Jovem aprendiz

  • Quem pode participar? Jovens que estejam cursando ensino fundamental ou médio ou que estejam formados no ensino médio.
  • Regulamento por lei? Sim, é regido pela Lei 10.097/2000, também conhecida como Menor Aprendiz, Aprendiz Legal ou Jovem Aprendiz.
  • Limite de jornada de trabalho: a empresa pode contratar o profissional dentro de uma carga horária de trabalho de 4h ou 6h por dia.
  • Tempo de contrato: pode ser de até dois anos.
  • É registrado na carteira de trabalho? Sim.
  • Benefícios: pode ter os mesmos benefícios que os outros funcionários da empresa, mas deve receber um salário mínimo e vale-transporte.
  • Funções: serão definidas de acordo com a área, mas são funções menos complexas. Isso porque são jovens entrando no mercado de trabalho, diferente do estagiário, que já está no ensino superior e pode ter vivenciado outras experiências profissionais, além de trabalhar com algo direcionado a sua área de formação. – Segundo Danilo Politi, supervisor das áreas de atendimento e comercial nas unidades de Barueri e Osasco no CIEE, é uma tendência do mercado ter uma ampliação dos segmentos que usam modelo de contratação de jovem aprendiz, mas os segmentos de banco são os que ainda mais contratam nessa modalidade. As áreas administrativas, varejo, serviços e logística também são as que mais absorvem jovens aprendizes.
  • Salário: deve receber um salário mínimo, no Brasil o valor atual é de R$ 1.212.
  • Idade: entre 14 e 24 anos.
  • Bônus: Reportagem da Folha mostra como autoconhecimento ajuda jovem aprendiz a optar por área em que deseja se desenvolver.

‘E depois? Vou ser contratado?’: programas de estágio, trainee e jovem aprendiz te inserem na rotina da empresa, mas, segundo especialistas, a chance de ser efetivado varia de acordo com a organização.

Onde buscar oportunidades?

  • Companhia de estágios: vagas de estágio e trainee;
  • Cia de Talentos: vagas de estágio e trainee;
  • CIEE: vagas de estágio e jovem aprendiz;
  • Gupy: vagas para efetivo, temporário, jovem aprendiz, estágio, trainee, associado e terceirizado;
  • Vagas.com: vagas para estágio, trainee, jovem aprendiz, técnico e efetivo;
  • InfoJobs: vagas para efetivo, técnico, estágio, temporário, trainee, jovem aprendiz, autônomo, prestador de serviços (PJ) e cooperado.

Mariangela explica que quis trocar de carreira pois desejava enxergar resultado no seu trabalho e se interessava mais por temas de economia. Assim, viu no trainee a possibilidade de desenvolvimento nessa área.

Como se preparou para o processo seletivo? “Na preparação, é muito importante pensar que o trainee não é escolhido com base nos conhecimentos técnicos da pessoa e sim no perfil profissional. Então, para me preparar, trabalhei meu autoconhecimento, porque o mais importante do trainee, diferente do estágio, é você ter uma apresentação que mostra a pessoa que você é, os desafios que superou e por qual motivo quer trabalhar na empresa”.

Dificuldades que teve durante esse preparo…eles esperam que você tenha um pouco de entendimento sobre o que é o negócio. Então, mesmo que eu não seja formada em administração, por exemplo, eu tinha que entender o que era taxa Selic. Por isso, é preciso saber quais eram os clientes da empresa e os produtos oferecidos, assim estudei [sobre a organização] e acompanhei as notícias do que estava acontecendo ao redor do mundo e como isso podia se relacionar e impactar a companhia.

…e no pós contratação: a dificuldade é tentar acompanhar assuntos que eu não tive contato na graduação. Por exemplo, precisei ler balanços da empresa e nunca tive aulas sobre esse assunto. A parte boa é que o RH dá o apoio nisso, então, pude ter aula de contabilidade durante a capacitação. Mas, ao mesmo tempo, envolve muito estudo fora do seu trabalho para conseguir acompanhar as tarefas”.

Cindy conta que optou pelo estágio pois queria trabalhar em uma grande empresa. Você se identifica? Dá um scroll.

Como se preparou para o processo seletivo?

1) Estudo do negócio. Visitei todos os sites que encontrei sobre o Grupo Boticário, mais especificamente o portal institucional e o site Uma Beleza de Futuro, que traz informações sobre as ações de ESG, compromissos para o futuro, entre outros. Assim, consegui entender melhor sobre os propósitos e essências da companhia. Percebi que eu tinha identificação com a empresa e que gostaria de fazer parte desse movimento.

2) Reflexão sobre a vida. Listei tudo que foi impactante para mim, como mudanças, viagens, conquistas escolares, atividades extracurriculares, e busquei refletir sobre qual foi o impacto de ter feito certas escolhas. Um exemplo disso seria a minha decisão em trocar de curso de graduação. Após esse momento, decidi participar de hackathons [maratona de programação] e tive uma epifania sobre o meu propósito: trabalhar com sustentabilidade, impacto social e ambiental, desenvolvendo e conectando soluções inovadoras e sustentáveis.

3) Planejamento. No processo seletivo, era preciso enviar uma apresentação em vídeo sobre uma experiência que impactou minha vida. Foi importante criar o roteiro com algumas evidências de comportamento. Nesta fase, então, cruzei os propósitos do Grupo Boticário com os meus e escolhi uma experiência em que as essências da empresa se destacavam”.

Dificuldades que teve durante esse preparo…“A insegurança, mesmo sabendo que eu tinha muita identificação com a empresa, existia a autossabotagem e a ansiedade em participar de uma seleção tão concorrida. A solução foi focar em dar o meu melhor independentemente do resultado, sem colocar tanta pressão e valorizando todos os aprendizados ao longo da etapa de seleção do programa.

…e no pós contratação: Minhas maiores dificuldades foram as necessidades de gestão de tempo e priorização de atividades, pois o Grupo Boticário é muito grande e, como sou inquieta por natureza, acabei me envolvendo em diversas reuniões para entender a companhia. Tive que me organizar como nunca havia feito, desenvolvi uma planilha para acompanhamento individual com todas as minhas frentes de trabalho e acrescento nela toda atividade que começo para não perder a visão do que estou desenvolvendo.”

Fonte: Folha de São Paulo

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