Artigos de menuUltimas notícias

Leilão do Desenrola tem 83% de desconto em dívidas. ‘Enorme sucesso’, diz Haddad

Segunda fase do Desenrola Brasil, para pessoas endividadas que ganham até dois salários mínimos, começa em 9 de outubro e deve beneficiar 32 milhões de pessoas

Marcelo Justo/MF
Com dívidas renegociadas e nome limpo, Haddad prevê fim de ano mais confortável para milhões de brasileiros que aderirem ao Desenrola – Marcelo Justo/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como um “enorme sucesso” o leilão de credores na renegociação de dívidas do programa Desenrola Brasil. No total, 654 empresas participaram do leilão, que alcançou 83% em desconto médio para as dívidas renegociadas. Assim, o valor total das dívidas leiloadas, que era de R$ 151 bilhões, caiu para R$ 25 bilhões, com desconto de R$ 126 bilhões.

“O programa pode ser considerado um enorme sucesso. Nós não esperávamos esse resultado, de maneira que os R$ 151 bilhões, com os descontos aplicados, se transformaram em R$ 25 bilhões”, afirmou o ministro, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (29).

A etapa dos leilões antecede o lançamento da segunda fase do Desenrola – a Faixa 1 do programa – voltada a renegociar débitos de pessoas que ganham até dois salários mínimos ou que estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Assim, a partir do dia 9 de outubro, quem tem dívidas de até R$ 20 mil poderá renegociar seus débitos com desconto e limpar o nome. Nesta etapa, o programa pode beneficiar até 32,3 milhões de pessoas.

“Estamos bastante felizes com os resultados. Estamos falando de R$ 150 bilhões que podem eventualmente ser quitados. O que vai permitir que as pessoas possam ter um último trimestre do ano bastante mais confortáveis, com o nome limpo, o crédito recuperado, para ter um final de ano melhor”, disse Haddad.

Iniciativa pioneira

Os interessados poderão renegociar suas dívidas com descontos e pagá-las à vista ou em até 60 meses, com juros de até 1,99% ao mês. Para ingressar na plataforma e poder renegociar as dívidas é preciso fazer antes o cadastro no Gov.br em contas prata ou ouro.

“Os bancos vão poder competir, e os devedores poderão escolher pela plataforma a melhor taxa de juros. A Selic caindo o consumidor vai poder refinanciar suas dívidas com juros ainda menores”, disse o ministro.

Questionado, Haddad chegou a descartar o lançamento de um novo Desenrola no ano que vem. No entanto, o ministro prevê vida longa para a tecnologia elaborada, inédita em outros países, segundo ele.

“Se você me pedir uma previsão, eu diria que essa plataforma vai continuar sendo utilizada ao longo dos anos. Ela é um instrumento novo de fazer um encontro de contas entre credores e devedores que, até onde sei, não existe em outro país”.

Juros abusivos

Por outro lado, o ministro ressaltou que grande parte dos prováveis beneficiários do Desenrola possuem dívidas acumuladas no rotativo do cartão de crédito. Ele classificou como “dramático” os juros de até 450% cobrados no rotativo, modalidade de crédito mais cara do país. “Ninguém consegue pagar”.

Como uma das soluções Haddad defendeu a aprovação do projeto de lei do Desenrola, que possui uma emenda que limita os juros abusivos do rotativo. Pela proposta, o Conselho Monetário Nacional (CMN) terá 90 para propor uma solução para o problema. Ou então os juros ficarão limitados a 100% do valor da dívida. Após aprovação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta quinta (28), a proposta deve ir ao Plenário na próxima segunda (2).

Fonte: Rede Brasil Atual