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Pluxee investe na capacitação de mulheres

No ano passado, cerca de 9 milhões de pessoas (incluindo crianças) estavam em estado grave de insegurança alimentar no Brasil. Em outras palavras: estas pessoas estavam literalmente passando fome.

Este dado é mais do que impressionante: é suficiente para trazer a questão para o centro das iniciativas de uma das maiores marcas de vale-alimentação do país. A Sodexo Benefícios e Incentivos, que, no ano passado, mudou sua marca para Pluxee, é uma empresa que está em 31 países e começou em 1962, quando seu criador, o francês Pierre Bellon, abriu um pequeno negócio de e entrega de refeições pensando justamente nas pessoas que passavam por dificuldades.

“Nosso foco sempre foi qualidade de vida. E não existe essa qualidade sem alimentação”, afirma Fabiana Galetol, diretora executiva de pessoas e responsabilidade social corporativa da Pluxee.

De acordo com Fabiana, a empresa foca na inclusão produtiva e na capacitação de jovens – principalmente de mulheres. “Investimos no empreendedorismo feminino porque são as mulheres que sustentam a casa, muitas vezes fazendo pequenos trabalhos informais. A ideia é capacitar essas mulheres principalmente no ramo da alimentação e depois investir para que elas possam começar seu próprio negócio e seguir em frente”, afirma.

Ecoa: Por que a empresa acredita ser mais eficaz investir nas mulheres quando se fala de insegurança alimentar?
Fabiana Galetol: No Brasil, temos uma população imensa que, quando almoça, não sabe se vai jantar. Trata-se de um estado de insegurança alimentar de milhões de pessoas. A maior parte dos lares que convivem com esta insegurança é chefiado por mulheres. O fenômeno pode ser explicado tanto pela diferença salarial, pela falta de oportunidades, de ganhos no mercado, assim como pelo alto número de mães solo no país.

Ecoa: Qual a estratégia da Pluxee para atuar junto a este recorte social?
Fabiana Galetol: Escolhemos nossos focos: capacitação e educação.
Tudo isso voltado ao empreendedorismo. Não adianta apenas colocar a comida no prato e oferecer a subsistência – isso também é importante, mas não se sustenta a longo prazo.

Ecoa: A empresa atua em diversos países. Qual a particularidade de impactar este segmento no Brasil?
Fabiana Galetol: Existem realidades semelhantes nos países da América Latina. Porém, o Brasil é muito grande e vai além da fome.

Quando pensamos em projetos, pensamos na diversidade e na equidade: levamos em conta que 56% da nossa população é formada por pessoas negras, por exemplo, e que muitas delas estão fora do mercado de trabalho por falta de oportunidades. Esta é uma dor brasileira. Então, entendemos que é preciso olhar além da fome e sim para a inclusão produtiva. Não basta entregar uma marmita, temos que sustentar este alimento para as próximas gerações. Isso é sustentabilidade.

Ecoa: A sustentabilidade não é apenas ambiental.
Fabiana Galetol: A parte ambiental é importantíssima. Temos metas claras de redução de carbono, entre outras estratégias. Porém, quando falamos do pilar S, tudo é mais complexo, pois requer um ecossistema envolvido. Além dos nossos próprios projetos, precisamos ser também influenciadores para puxar nossos parceiros e clientes a fazerem o mesmo. São várias frentes de trabalho. Inclusive a economia circular: as mulheres beneficiadas por nossos programas prosperam e voltam para se tornarem nossas fornecedoras.

Economia do cuidado pode mudar o PIB de países, diz especialista
O mercado de trabalho só existe como conhecemos porque ele conta com bastidores. Para que esta roda possa girar, milhares de pessoas ficam em casa cuidando de crianças, idosos, preparando refeições, e fazendo limpeza doméstica. Até pouco tempo, estas pessoas não eram contabilizadas em nenhum indicador. Porém, com o envelhecimento da população, especialistas apontam que a chamada economia do cuidado precisa de investimento, uma vez que ela é capaz de mudar os ponteiros dos cofres de empresas e nações.

Segundo Camila Santos, head de projetos na B4People, consultoria especializada em estratégias de ESG, equidade, inclusão e gestão das diversidades nas organizações, além de ser um direito universal, o cuidado sustenta a economia. “Em 2023, um em cada quatro cuidadores empregados no mercado (mães, por exemplo) relataram ausência do trabalho formal para se dedicar aos cuidados de alguém.

Segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), isso impacta R$5,6 mil dólares por pessoa por ano. Se não houver um regime de benefícios flexível, as empresas podem perder muito dinheiro, cada vez mais”, observa.

Camila mostra que, neste ano, o Fórum Econômico Mundial lançou o relatório “O Futuro da Economia do Cuidado” em que descreve caminhos para que governos e empresas possam tornar os cuidados uma prioridade econômica. Segundo o Fórum, se houvesse investimentos em empregos sociais, o que inclui os cuidados, o PIB global triplicaria. Nos Estados Unidos, os cuidados representam um mercado de US$ 648 milhões.

Empresas unem forças para zerar greenwashing em mercado de carbono
Como investir em créditos de carbono e projetos socioambientais sem correr o risco de cair no greenwashing? O Brasil ainda não conta com um sistema regulatório robusto e, por isso, o mercado está inseguro. As empresas de investimentos Pachamama e Greener decidiram juntar tecnologias e expertises para oferecer garantia de idoneidade com um sistema de blockchain especialmente pensado para impedir qualquer possibilidade de greenwashing.

O primeiro passo é a tokenização de ativos ambientais. Isso ocorre com o registro de toneladas de carbono de forma numerada e individualizada. Quando uma empresa solicita a compra ou compensação desses ativos, é implementada uma segunda camada de segurança, chamada de “burn”, ou queima, na rede blockchain. Essa é a chamada dupla tokenização. Ao adicionar uma camada adicional de segurança, a operação gera um certificado digital que carrega todas as informações desde o início do projeto, incluindo o comprador, auditorias, certificações, ano/safra, e os detalhes dos tokens adquiridos e removidos da rede.

“Isso torna impossível qualquer possibilidade de dupla venda. Estes ativos chegam ao mercado financeiro de capitais com número de série como se fosse um chassi de carro. E não há como existir números diferentes”, explica Claudio Olimpio, CEO e co-fundador da Greener.

Entre os clientes da empresa está a Fórmula 1, que adquiriu recentemente 50 mil toneladas de carbono.

Segundo João Marcello Gomes Pinto, sócio da Pachamama, junto com o ator Bruno Gagliasso e Rodrigo Rivelino, o mercado está num momento de separar o joio do trigo. “Precisamos conversar com a Faria Lima. As empresas já entenderam que devem investir em projetos socioambientais, mas querem saber direito onde estão colocando seu dinheiro”.

Barrett é um dos pesquisadores mais respeitados do mercado. Sua metodologia é usada por consultorias como McKinsey, DBM Lee Hecht Harrison, Ziemer & Associados, entre outras. Neste livro, o autor mostra que a compreensão das necessidades dos funcionários é a chave para a criação de uma empresa bem sucedida.

Agenda
Bioeconomy Amazon Summit (BAS)
Promovido pelo Pacto Global da ONU – Rede Brasil e pela gestora de venture capital KPTL, será o maior evento de fomento ao empreendedorismo na Amazônia do país. Em 1 de agosto, em Belém, 70 startups da Amazônia vão apresentar seus negócios. Mais de dez fundos com teses de impacto e sustentabilidade estarão presentes, além de fundos de Corporate Venture Capital de grandes empresas.

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Fonte: Coluna Mariana Sgarioni no Ecoa/ UOL