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Empresa indenizará por proibir homem trans de usar banheiro masculino

Magistrada destacou a violação da dignidade e dos direitos da personalidade do reclamante, que enfrentou discriminação no ambiente de trabalho.

A magistrada entendeu que a conduta da empregadora violou a dignidade e os direitos da personalidade do profissional.  

Segundo os autos, após um ano da admissão, o empregado passou por cirurgia para extração de mamas e realizou outros tratamentos em conformidade à identidade masculina. No entanto, foi proibido pelo superior hierárquico de utilizar o banheiro destinado aos homens na empresa.

Quando tentou acessá-lo, foi repreendido pelo chefe e, no turno da noite, havia ordens para que um colega o acompanhasse ao banheiro feminino.  

Uma testemunha relatou que, além dessa restrição, eram feitos comentários sobre “se o trabalhador era menino ou menina” e perguntas como “cadê os seios?”. Em audiência, ele afirmou que, em vez de ser tratado pelo nome social, os colegas utilizavam seu “nome morto”, causando-lhe constrangimento.

O empregado ainda relatou que formalizou três reclamações na ouvidoria da empresa, sem obter resposta.  

Para a magistrada, as condutas descritas “ferem o ordenamento pátrio”. Ela destacou que o ato ilícito, na modalidade culpa, é imputável à empresa, pois “não proporcionou meio ambiente adequado ao trabalhador e permitiu que dentro deste ambiente ocorresse ofensa à sua dignidade”.

Na decisão, também considerou que não houve comprovação de medidas adotadas para coibir os fatos narrados.

O Tribunal não divulgou o número do processo.

Fonte: Redação do Migalhas/com informações do TRT-2

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