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Celular proibido: 5 fatos mostram ventos favoráveis à proibição nas escolas

A discussão sobre a proibição de smartphones nas escolas vai esquentar em outubro. O governo federal deve apresentar neste mês um projeto de lei para restringir o uso do aparelho em instituições de ensino em todo país.

No novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes discutiram sobre como este é o momento ideal para o Brasil banir os celulares da escola.

Os motivos? Há uma inédita convergência política; pais, mães e responsáveis são a favor; são muitos os exemplos internacionais; estudos já comprovaram como o celular drena a atenção; e há poucas evidências da colaboração do aparelho no processo pedagógico.

“Não é banir o smartphone das escolas de uma forma total, é banir para esses usos indesejados. É ter regras específicas para usar o dispositivo dentro de um processo pedagógico, seja para fazer uma atividade ou outra dinâmica”, Diogo Cortiz .

Processo pedagógico

Os setores da sociedade contrários argumentam que a proibição dos celulares é um retrocesso e demoniza os dispositivos. Em sua participação no Deu Tilt, Rodrigo Nejm, especialista em educação no Instituto Alana, avalia que há “muitas desvantagens trazer o celular pessoal do estudante para dentro das escolas”. Diogo concorda.

“Quando vamos estudar os casos, vemos que o uso do smartphone é muito pequeno dentro do processo pedagógico. Os alunos usam mais para joguinho, para troca de mensagens, e isso acaba levando a uma dispersão maior dentro do processo de estudo e de socialização”, Diogo Cortiz.

Proibições internacionais

MEC (Ministério da Educação) prepara um pacote com medidas restritivas para uso do smartphones em escolas, a ser apresentado em outubro. O Brasil não está sozinho nessa discussão.

De acordo com o relatório da Unesco que faz monitoramento global da educação, cerca de um a cada quatro nações no mundo já restringem o aparelho nas escolas. São exemplos Austrália, França, Finlândia, Itália e Holanda.

Falta de atenção

O banimento do smartphone na escola é a maneira de combater os efeitos do aparelho na falta de atenção. Esse desvio da atenção, somado a outros estímulos do smartphone, impacta a aprendizagem, afirma Rodrigo Nejm.

“As horas de uso fora da escola são tão intensas que a própria relação com o mundo tem sido acelerada e fragmentada. e essa fragmentação da atenção, de tantas horas por dia convivendo só com essas informações rápidas e curtas, pode sim prejudicar o próprio desempenho acadêmico e a capacidade de aprendizagem de crianças e adolescentes”, Rodrigo Nejm.

Pais e mães contra criança ter celular

A maioria dos pais, mães e responsáveis por crianças e adolescentes até os 17 anos (58%) acredita que menores de 14 anos não deveriam ter celular ou tablet próprios, segundo uma pesquisa do Datafolha elaborada para o Instituto Alana.

Antes de implementar a proibição de smartphones nas escolas, a prefeitura do Rio de Janeiro conduziu uma consulta pública. Elaborado em janeiro deste ano, o levantamento detectou que 83% dos respondentes eram favoráveis ao banimento, que foi implementado em todas as dependências das escolas no mês seguinte.

Convergência política

Localidades como Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Roraima, Tocantins e Maranhão já possuem legislações que vetam o uso dos smartphones na escola. Mas é em São Paulo que o debate para elaborar uma lei estadual sobre o tema sinaliza uma inédita convergência política.

De autoria da deputada estadual Marina Helou (Rede), o Projeto de Lei 293/2024 propõe vetar smartphones e outros dispositivos eletrônicos nas escolas e possui como coautores os parlamentares Altair Moraes (Republicanos), Luca Bove (PL) e Professora Bebel (PT).

Fonte: TILT/UOL