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Dias 12, 13 e 14! Entregadores de Campinas fazem breque contra precarização do trabalho

O Breque dos Apps está de volta. Desta vez são os companheiros e companheiras de Campinas que vão denunciar a precarização do trabalho imposta pelo iFood e o avanço de leis contrários aos interesses da categoria.

A mobilização vai acontecer nos próximos dias 12, 13 e 14 de setembro. A concentração será sempre a partir das 8h, em frente ao Shopping Iguatemi. Além da luta também terá debate e espaço para formação.

No centro das reivindicações está o modelo de Sub-Praça, criado pelo iFood. A medida segmenta as regiões de operação, aumenta o controle sobre os trabalhadores e derruba drasticamente o valor pago por entrega. 

Em Campinas, há casos em que uma corrida rende apenas R$3,30 – menos da metade do mínimo conquistado pelos entregadores após o primeiro Breque nacional, quando as corridas subiram para R$7,50 (moto) e R$7,00 (bike).

Com o novo sistema, o trabalhador só recebe R$8 por hora se permanecer disponível na área delimitada pela empresa e aceitar todas as corridas. 

Na prática, mesmo sob rígido controle e sem autonomia, o rendimento líquido fica entre R$4,49 e R$7,11 por hora, abaixo do salário mínimo paulista de 2025 (R$8,20/hora). 

O resultado é uma rotina desumana, com jornadas que chegam a 90 horas semanais, sem direitos trabalhistas básicos.

Em defesa do PL 2479/25

A paralisação também defende a aprovação do PL 2479/25, um projeto de lei construído pelos trabalhadores na esteira do Breque Nacional dos Apps realizado em abril deste ano. O texto contém as principais demandas da categoria.

Em contrapartida os entregadores denunciam o PL 152, considerado de natureza patronal por institucionalizar a “escravidão moderna” nos aplicativos, legalizar práticas exploratórias, ignorar a remuneração e sua falta de legitimidade.

“O PLP 152 é a resposta direta das empresas de aplicativo contra a luta dos trabalhadores e contra o PL 2479, o verdadeiro projeto construído nas ruas, pelos e para os entregadores. Na contramão do mundo, o Congresso — agindo como comitê dos patrões, a serviço de figuras como Diego Barreto, CEO do iFood — quer oficializar a escravidão moderna”, explica Renato, ativista da CSP-Conlutas idealizador da mobilização

“Este é um projeto que dá carta branca às empresas para explorar até a última gota de suor e sangue de quem vive das entregas. Se aprovado, abrirá um precedente inédito e perigosíssimo para desmontar as condições mínimas de trabalho, não só de entregadores e motoristas, mas de todos aqueles que vivem da sua força de trabalho”, conclui. 

Aula pública 

No sábado, 13 de setembro, às 14h, o Breque terá uma atividade inédita: uma aula pública sobre o direito de greve, ministrada pelo jurista e professor da USP, Jorge Luiz Souto Maior, referência nacional na defesa dos trabalhadores.

O encontro será no estacionamento do Shopping Iguatemi e está aberto não só aos entregadores, mas também a estudantes, professores e trabalhadores de outras categorias. A atividade integra a parceria entre o primeiro Curso de Formação de Entregadores da USP 

A luta é coletiva!

Os entregadores de Campinas também fazem um apelo pela participação da população da cidade. A luta da categoria não é apenas por melhores condições de trabalho nos aplicativos, mas por dignidade para todos os trabalhadores do Brasil.

A CSP-Conlutas se orgulha de fazer parte e estar na linha de frente das manifestações. O recado está dado: sem direitos, não há entrega. Viva o Breque dos Apps!

Fonte: CSP-Conlutas