FST realiza seminário nacional de unificação das lutas dos trabalhadores; senador Paulo Paim faz análise da conjuntura
O Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST) realizou nesta terça-feira, dia 29 de novembro, no auditório Petrônio Portela do Senado Federal seminário nacional de unificação das lutas dos trabalhadores da ativa e aposentados. Inúmeras entidades sindicais e representantes dos trabalhadores participaram e prestigiaram o evento.
Ao discursar na abertura, o senador Paulo Paim (PT-RS), histórico defensor da classe trabalhadora, foi enfático sobre a conjuntura negativa que estamos passando: “em 30 anos no Congresso Nacional esse é o pior momento da nossa história. Nunca vi tanto ataque contra os trabalhadores aqui (Câmara dos Deputados e Senado Federal), no Supremo Tribunal Federal e no Executivo”.
E prosseguiu: “o legislado sobre o negociado, o direito de greve, a hora in tineri, decidiram no STF contra os trabalhadores. Nem no tempo da ditadura e no governo FHC vi tanto ataque a direito dos trabalhadores. Querem regulamentar o trabalho escravo e trabalho escravo não se regulamenta, a gente proíbe!”
Terceirização
Quanto ao PLC 30/2015, que é relator na Comissão Especial de Desenvolvimento Nacional (CEDN), mais conhecida como Agenda Brasil, o senador Paulo Paim destacou ter percorrido os 27 estados e já está na segunda rodada já tendo ido novamente a 10 estados. “Quem trabalha em comércio e em banco não terá carteira de trabalho assinada. A terceirização dentro do Congresso Nacional fez com que 484 trabalhadores fossem demitidos e sem recebimento dos direitos trabalhistas. Se dentro do Congresso Nacional, Casa das leis, não cumprem a Súmula do TST (331), que proíbe a terceirização indiscriminada, vocês vão virar escravos”, disse Paim.
Sobre a realidade de trabalho dos terceirizados, Paim destacou que em cada 5 mortes, 4 são de trabalhadores terceirizados. De 100 ações trabalhistas, 80 são de trabalhadores terceirizados. “Nós não vamos aceitar a terceirização na atividade fim de jeito nenhum” e todos sabem que disso não abro mão, afirmou Paim.
O futuro
Citando dados da ONU e do FMI, em 2030 o Brasil terá 20,8% a mais de pessoas, ou seja, seremos aproximadamente 240 milhões de brasileiros e o com o orçamento congelado. Os planos de saúde estão decolando (aumentando de preços) e milhões de pessoas indo para o SUS clamando por atendimento.
“Em nenhum país do mundo foi realizado congelamento de orçamento por 20 anos me disse a consultoria do Senado. Devemos estar preparados para resistir agora e ainda mais em 2018, quando deveremos estar com um projeto de nação, eleger um novo congresso e um presidente comprometido com a classe trabalhadora. Que venha logo 2018 já que não dá para fazer um plebiscito antes. E viva a luta da classe trabalhadora”, saudou Paim.
Carta de Brasília
Ao final do seminário foi aprovada a Carta de Brasília que reafirma o compromisso do Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST) contra os ataques em andamento no Parlamento, no Judiciário e no Executivo contra a classe trabalhadora.
Fonte: Diap