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Marcha das Mulheres Negras defende reparação econômica

Sessão solene na Câmara dos Deputados está na programação da marcha

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Confira a programação da 2ª Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem-viver, em Brasília. Foto: Abayomi/Divulgação

Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver acontece em 25 de novembro em Brasília. Confira programação e trajeto da marcha com a TVT News.

Mulheres negras fazem marcha por reparação e bem-viver

A Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver acontece em Brasília dez anos após sua primeira edição. Com concentração marcada para as 8h30 no Museu Nacionala, o ato deve reunir milhares de pessoas e será precedido por uma extensa agenda de debates, atividades culturais e encontros nacionais e internacionais.

A Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver é construída por mulheres negras de todo o Brasil de diferentes gerações, territórios e contextos sociais, além de mulheres afrodescendentes de mais de 40 países.

Autônoma, coletiva e transnacional, a Marcha resgata a força histórica da mobilização de 2015 e atualiza sua agenda a partir dos desafios contemporâneos. Em 25 de novembro de 2025, mulheres negras de todo o mundo ocupam Brasília para reafirmar a luta por reparação histórica, democracia e Bem Viver.

Qual a programação da Marcha das Mulheres Negras

Trajeto da marcha, concentração às 8h30

A Marcha tem o trajeto de saída do Museu Nacional, passagem pela Alameda das Bandeiras e retorno ao Museu Nacional, onde terá um palco.

Sessão solene na Câmara dos Deputados, das 9h às 12h30

A partir das 9h, Sessão Solene em homenagem à Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, que acontecerá às 11h na Câmara dos Deputados

Falas estão previstas para 15h

A partir das 15h estão previstas falas políticas de lideranças, artistas e representantes do movimento de mulheres negras e atrações artísticas. Entre os artistas confirmados estão Larissa Luz, responsável pelo jingle da Marcha de 2025, Ebony e Danrlei Orrico (oKanalha).

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Saída dos ônibus com mulheres de São Paulo para participar da Marcha das Mulheres Negras em Brasília. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Instituto Marielle Franco marca presença na II Marcha Nacional das Mulheres Negras com ação inédita de memória e mobilização pública

O Instituto Marielle Franco (IMF) realiza, nesta terça-feira (25), uma agenda dedicada à memória, à reparação e ao bem viver durante a II Marcha Nacional das Mulheres Negras, em Brasília, reafirmando o legado político de Marielle e de tantas mulheres negras que movem o Brasil.

O dia será marcado por duas ações centrais: a participação na Sessão Solene na Câmara dos Deputados e a realização da intervenção pública Memorial Vivo – As Rosas da Resistência Nascem do Asfalto, que ocupará a Marcha com a Bike de Memórias.

Sessão Solene na Câmara dos Deputados

Das 9h às 12h30, o Instituto participa da Sessão Solene em homenagem à Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, no plenário da Câmara dos Deputados. O encontro reunirá lideranças da sociedade civil, parlamentares e autoridades comprometidas com a agenda de gênero, raça e direitos humanos.

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Luyara Franco é conselheira fundadora e diretora de Legado do Instituto Marielle Franco. Foto: Instituto Marielle Franco

A diretora executiva do IMF e filha de Marielle, Luyara Franco, integra a mesa dedicada ao tema memória e legado, levando ao Congresso a força da luta das mulheres negras e reafirmando que a memória de Marielle segue viva, coletiva e em movimento.

Memorial Vivo e Bike de Memórias: memória viva que nasce do asfalto

Durante a Marcha, o Instituto apresenta o Memorial Vivo – As Rosas da Resistência Nascem do Asfalto, uma intervenção pública e colaborativa que transforma experiências individuais de luta em um grande arquivo coletivo das mulheres negras do Brasil. O destaque da ação é a Bike de Memórias, que convida cada participante a registrar e eternizar sua própria história na Marcha.

A dinâmica funciona da seguinte forma:

•             Escolher um objeto simbólico que represente sua trajetória e sua luta;

•             Nomear o objeto e registrá-lo em uma etiqueta com nome e e-mail;

•             Depositar o objeto na Bike de Memórias;

•             Registrar o momento em uma foto com a Bike e compartilhar nas redes sociais marcando @institutomariellefranco.

Após a Marcha, as participantes receberão por e-mail informações para acompanhar a construção final do Memorial Vivo, que será transformado em uma exposição sobre o ativismo das mulheres negras e sobre as narrativas que emergem das marchas.

“A cada objeto recolhido, afirmamos que nossa memória não é descartável. É política, é resistência e precisa ser reconhecida pelo Brasil. O Memorial Vivo será um ponto alto da Marcha e um convite para que cada mulher negra afirme sua história”, destaca Luyara Franco.

Lançamento do Manifesto da Rede de Sementes

Também durante a Marcha, o Instituto apresenta o Manifesto Nacional da Rede de Sementes, documento político-poético elaborado por ativistas e coletivos de todo o país que seguem semeando o legado de Marielle Franco. O Manifesto reúne diagnósticos, memórias e reivindicações das mulheres negras, fortalecendo sua participação nas disputas políticas do presente.

Mais de 300 mulheres negras lançam Manifesto por Justiça Reprodutiva na Marcha das Mulheres Negras

Comitê Impulsor Nacional Feminista e Antirracista por Justiça Reprodutiva lança o Manifesto por Justiça Reprodutiva, documento construído coletivamente por mais de 300 mulheres negras, com 250 contribuições recebidas em consulta pública. O texto consolida uma agenda política nacional que articula saúde reprodutiva, autonomia corporal, bem viver, memória e reparação, e propõe recolocar a justiça reprodutiva no centro do debate público ao afirmar que ela depende de condições concretas de existência, como dignidade, saúde, renda, moradia, cuidado e proteção.

Lançado em outubro de 2025, o Comitê foi impulsionado por Criola, Nem Presa Nem Morta, CEPIA, Iniciativa Justiça Reprodutiva, Instituto Odara, Movimento Mulheres Negras Decidem, Casa de Mulheres da Maré e Observatório Feminista do Nordeste, que buscaram adesão de um grupo grande de organizações e ativistas de todo o país.

É um espaço autônomo criado para garantir que as pautas de justiça reprodutiva das mulheres negras orientem politicamente a construção da Marcha. O grupo atua no mapeamento, qualificação e visibilização dessas agendas, com foco na ampliação dos direitos sexuais e reprodutivos e na formulação de uma agenda positiva que reconheça a justiça reprodutiva como pilar central no enfrentamento ao racismo e ao patriarcado.

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Mobilização integra calendário do Mês da Consciência Negra. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Manifesto aprofunda temas que estruturam as desigualdades reprodutivas no país. Entre eles estão o racismo institucional na saúde; a violência obstétrica e o racismo obstétrico; a saúde mental, sexual e reprodutiva; a dignidade menstrual e a falta de infraestrutura sanitária; as políticas de cuidado e maternidade; e a saúde ao longo da vida, da infância à menopausa.

O documento também aborda memória, reparação e não repetição, propondo fundos de reparação, criação de memoriais e centros de referência e inclusão da história das violações nos currículos de saúde, além da participação decisória de mulheres negras cis e trans no SUS.

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Mulheres negras marcham contra o racismo e pelo bem viver. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Casos emblemáticos como os de Alyne Pimentel e Paloma Alves de Moura são lembrados no documento como exemplos da persistência da violência reprodutiva e da necessidade de respostas estruturais. O Manifesto apresenta ainda um conjunto de proposições que inclui metas antirracistas no SUS, protocolos de responsabilização, educação sexual antirracista e laica, acesso universal a métodos contraceptivos e ao aborto legal e seguro, reconhecimento do cuidado como trabalho, fortalecimento do Sistema Nacional de Cuidados e ampliação de creches e licenças parentais.

Sessão Solene na Câmara dos Deputados com as ministras Anielle Franco e Macaé Evaristo

Ainda no dia 25/11, o Comitê participa da Sessão Solene em homenagem à Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, que acontecerá às 11h na Câmara dos Deputados. O encontro contará com representações de organizações de mulheres negras e a presença da Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, da Ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, e das deputadas federais Erika Hilton, Benedita da Silva e Carol Tomazini.

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Deputada Benedita da Silva, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, Macaé Evaristo, e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, durante reunião com representantes da comunidade e familiares das vítimas da Operação policial Contenção. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Fonte: TVT News