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Motoristas de ônibus de SP dizem que governo cedeu em vacinação e cancelam greve

Categoria havia convocado paralisação para esta terça-feira; metroviários também suspenderam

A greve de ônibus em São Paulo que estava prevista para esta terça-feira (20) foi suspensa após negociação do Sindmotoristas (sindicato dos trabalhadores do sistema de ônibus) com representantes do governo João Doria (PSDB).

Segundo o sindicato, após três horas de reunião o governo paulista decidiu que os motoristas e cobradores serão vacinados contra a Covid-19. A data de imunização será anunciada na quinta-feira (22), diz a entidade.

Em nota, o governo paulista baixou o tom e afirmou que “vai analisar a possibilidade de vacinação destes profissionais”. “A princípio, um grupo de trabalho será formado entre as partes para que seja possível a elaboração de um cronograma de imunização”, disse a gestão Doria em nota enviada à reportagem.

O Sindmotoristas havia convocado greve juntamente com os metroviários e os trabalhadores da CPTM (trens metropolitanos) para pressionar o governo pela vacinação contra a Covid-19.

Na noite desta segunda, no entanto, o Sindicato dos Metroviários decidiu também suspender a paralisação.

Isso aconteceu depois que o governo Doria anunciou no último sábado (17) que iria incluir no grupo prioritário da vacina os trabalhadores do Metrô e da CPTM que lidam diretamente com o público: todos os operadores de trens, independentemente da idade, e demais funcionários da operação, como seguranças, técnicos de manutenção e trabalhadores da limpeza, que lidam diretamente com o público, acima dos 47 anos. Entraram aí também os trabalhadores da operação das linhas 4-amarela e 5-lilás, que são privatizadas.

Se, por um lado, o anúncio do governo paulista arrefeceu o movimento dos metroviários e dos ferroviários, por outro lado exaltou os ânimos dos rodoviários, que estenderam a greve dos ônibus para cidades da região metropolitana, como no ABC Paulista e em Guarulhos.

Os motoristas previam para esta terça estacionar ônibus na frente do Masp (Museu de Arte de São Paulo) bloqueando parte da avenida Paulista e seguir em passeata até o Viaduto do Chá, na região central, onde fica a sede da Prefeitura de SP.

Nesta segunda, no entanto, a Justiça do Trabalho deu decisão liminar favorável à Prefeitura de São Paulo para garantir que o transporte público municipal funcione com pelo menos 85% da frota nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e 70% nos demais horários nesta terça-feira (20).

Em caso de descumprimento, o tribunal determinou o sindicato deve pagar multa de R$ 200 mil. A decisão foi assinada pela juíza Renata de Paula Eduardo Beneti.

Por volta das 23h desta segunda, no entanto, o Sindmotoristas anunciou que a greve seria suspensa.

O movimento grevista ganhou força após o início da vacinação contra a Covid-19 de policiais e professores em São Paulo e fez crescer a pressão para incluir o setor de transportes no grupo prioritário.4

Metrôs, ônibus e trens em São Paulo não pararam um único dia. Relatório da administração do Metrô divulgado na última semana mostra que embora a pandemia tenha tirado passageiros nos primeiros meses da chegada do vírus ao Brasil, foram feitas quase 3 bilhões de viagens nos transportes públicos que passam pela capital, entre metrô (764 milhões), CPTM (505 milhões) e ônibus municipais (1,6 bilhão).

Lidando com esse público estão motoristas, cobradores, ferroviários e metroviários, que acumulam contaminações e mortes pela doença.

Segundo levantamento do Sindmotoristas, até o último dia 15 havia 2084 contaminações confirmadas na categoria e 167 mortes registradas.

Já o Metrô já soma 22 mortes entre seus funcionários, além de cerca de 1.500 contaminados, segundo contagem do sindicato dos Metroviários, que convocou uma “greve sanitária” para terçafeira.

Entre trabalhadores da CPTM, estimativa do sindicato diz que já são quase 50 mortes entre os ferroviários.

Fonte: Folha de São Paulo

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