6 horas de trabalho, 2 horas malhando: cientistas listam como seria o ‘dia perfeito’
Um estudo conduzido por um grupo de psicólogos elaborou o que seria um roteiro para um dia ideal, em que há uma quantidade específica de trabalho, socialização e outras atividades.
Saiba quais são as recomendações para você dividir as horas do seu dia e avalie se é viável encaixar —ou adaptar— algumas das funções indicadas para ter um dia o mais próximo do perfeito possível.
Como seria o dia perfeito?
- Seis horas por dia com a família, dedicadas a um tempo de qualidade;
- Duas horas com os amigos;
- Uma hora e meia de socialização extra –conversas casuais com vizinhos, por exemplo;
- Uma hora de alimentação, para comer e beber;
- Seis horas dedicadas ao trabalho, com apenas 15 minutos de deslocamento;
- Duas horas de exercício –para algumas pessoas, este tempo poderia ser gasto, por exemplo, em um parque com amigos, em um cenário que combinaria duas das atividades descritas;
- Somente uma hora de telas (televisão, celular, tablet, entre outros dispositivos);
- Sete a oito horas de sono adequando o tempo das outras atividades.
Os tempos são variáveis. O estudo apresenta uma soma de horas que deixaria pouco tempo para o sono, por imaginar que as pessoas adaptariam o tempo das atividades com suas rotinas – não precisando contemplar o máximo de tempo proposto.
O tempo para o sono não foi incluído no roteiro. Para atingir o equilíbrio ideal, é necessário adequar as recomendações para que as principais atividades sejam contempladas da melhor forma na sua rotina.
Mais de 6h de trabalho? O efeito é negativo. Sobre o trabalho, com uma carga inferior ao que é comum hoje, o estudo explica: “Descobrimos que trabalhar por até seis horas não teve impacto se as pessoas classificaram seu dia como ‘melhor do que o normal’. Quando os indivíduos trabalharam por mais de seis horas, no entanto, os efeitos rapidamente se tornaram negativos.
A pesquisa foi desenvolvida por cientistas sociais da Universidade da Colúmbia Britânica, do Canadá, e da Universidade de Basel, na Suíça. Os resultados foram publicados no portal PsyArXiv Preprints em março deste ano.
Os pesquisadores analisaram dados da Pesquisa Americana de Uso do Tempo. Elaborada pelo Departamento de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos, a ATUS (sigla em inglês para American Time Use Survey) mede a quantidade de tempo que as pessoas passam realizando diversas atividades, como o trabalho remunerado, os cuidados voltados a crianças, voluntariado e socialização, por exemplo. Neste estudo, os especialistas compararam os dados das pesquisas de 2013 e de 2021.
Para a pesquisa, os participantes preencheram um questionário sobre quanto tempo gastavam em 100 atividades diferentes. As opções disponíveis abrangiam desde o tempo em família e com os amigos, quanto tempo a pessoa passa usando o celular e praticando exercícios físicos, entre outros. Ainda no questionário, os envolvidos indicavam em quais momentos os seus dias eram melhores do que o normal e quanto tempo era gasto fazendo atividades consideradas ideais para eles.
Os especialistas utilizaram técnicas de aprendizado de máquina para analisar os resultados. “Identificamos pontos de inflexão claros que distinguem dias melhores de dias típicos”, diz a pesquisa. A partir das respostas, os pesquisadores conseguiram avaliar não só as atividades que melhoravam o dia dos entrevistados, mas também a quantidade de horas que pareciam ideais para a realização dessas atividades. Assim, os especialistas desvendaram uma possível fórmula para um ótimo dia — independentemente do dia da semana.
“Ao compreender as doses ideais de atividades comuns, agora sabemos mais sobre a receita para um bom dia e, por extensão, a receita para uma vida boa”, trecho do estudo.