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Análise mostra que água de Campinas tem 27 agrotóxicos, sendo 11 associados a doenças crônicas

Um levantamento com dados Ministério da Saúde, que foram obtidos e tratados em investigação conjunta da Repórter BrasilAgência Pública e a organização suíça Public Eye, revelou que a água de Campinas está contaminada com 27 agrotóxicos, sendo 11 altamente tóxicos e que provocam doenças crônicas como câncer, defeitos congênitos e distúrbios endócrinos. Desses, 26 estão acima do limite permitido por lei como a Atrazina, Carbendazim, Carbufurano, DDT, Glifosato e outros.

As informações são parte do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), que reúne os resultados de testes feitos pelas empresas de abastecimento, que em Campinas é a Sanasa.

Você pode consultar a contaminação da água na sua cidade neste link.

O dados do próprio Ministério da Saúde revelam que a água do brasileiro está contaminada com substâncias que podem causar doenças graves. De acordo com a reportagem de Ana Aranha e Luana Rocha, um coquetel que mistura diferentes agrotóxicos foi encontrado na água de 1 em cada 4 cidades do Brasil entre 2014 e 2017.

agrotóxicos acima do limite em Campinas

Nesse período, as empresas de abastecimento de 1.396 municípios detectaram todos os 27 pesticidas que são obrigados por lei a testar. Desses, 16 são classificados pela Anvisa como extremamente ou altamente tóxicos e 11 estão associados ao desenvolvimento de doenças crônicas como câncer, malformação fetal, disfunções hormonais e reprodutivas.

O retrato nacional da contaminação da água gerou alarde entre profissionais da saúde. “A situação é extremamente preocupante e certamente configura riscos e impactos à saúde da população”, afirma a toxicologista e médica do trabalho Virginia Dapper.

O tom foi o mesmo na reação da pesquisadora em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Ceará, Aline Gurgel: “dados alarmantes, representam sério risco para a saúde humana”.

Além de Campinas, entre os locais com contaminação múltipla estão as capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Manaus, Curitiba, Porto Alegre, Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis e Palmas.

Os números revelam que a contaminação da água está aumentando a passos largos e constantes. Em 2014, 75% dos testes detectaram agrotóxicos. Subiu para 84% em 2015 e foi para 88% em 2016, chegando a 92% em 2017. Nesse ritmo, em alguns anos, pode ficar difícil encontrar água sem agrotóxico nas torneiras do país.

Embora se trate de informação pública, os testes não são divulgados de forma compreensível para a população, deixando os brasileiros no escuro sobre os riscos que correm ao beber um copo d’água.

Entre os agrotóxicos encontrados em mais de 80% dos testes, há cinco classificados como “prováveis cancerígenos” pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos e seis apontados pela União Europeia como causadores de disfunções endócrinas, o que gera diversos problemas à saúde, como a puberdade precoce. Do total de 27 pesticidas na água dos brasileiros, 21 estão proibidos na União Europeia devido aos riscos que oferecem à saúde e ao meio ambiente.

Fonte:  Carta Campinas

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