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Covid-19: Estado nega autorização a Campinas para implantar plano de flexibilização do isolamento

Coordenador do centro de contingência da Covid-19, David Uip disse que não há qualquer possibilidade de implantação das medidas antes do dia 10, prazo final da quarentena.

O coordenador do centro de contingência do Estado no combate ao coronavírus, infectologista David Uip, negou a possibilidade de Campinas (SP) ou qualquer outra cidade paulista implementar medidas de flexibilização, como abertura e retoma de comércios e serviços, antes do dia 10 de maio, prazo final da quarentena em São Paulo.

A afirmação foi feita nesta terça-feira (28), durante coletiva no Palácio dos Bandeirantes, na capital. Em anúncio no dia anterior, o prefeito de Campinas, Jonas Donizette, apresentou um plano e tinha como meta implementá-lo a partir do dia 4. Chegou a dizer que ligaria para o governador João Doria para “tentar fazê-lo entender”, mas também afirmou que seguiria o que o Estado determinasse.

“Tem ficado claríssimo a posição do governo Estado de São Paulo, não tem qualquer possibilidade de plano, de qualquer lugar, antes do dia 10 de maio, e é muito importante a participação do municípios, especialmente de Campinas”, disse Uip.

Em nota, a prefeitura afirma que ainda não recebeu oficialmente do governo do Estado a resposta sobre o pedido.

“O prefeito Jonas Donizette vai se manifestar sobre este assunto na live que fará em suas páginas no Facebook e no Instagram nesta quarta-feira (29/04), às 15h, quando também tratará da Educação e outros assuntos”, diz o texto.

O médico infectologista David Uip, que coordena o combate ao coronavírus no estado de SP — Foto: Mister Shadow/ASI/Estadão Conteúdo
O médico infectologista David Uip, que coordena o combate ao coronavírus no estado de SP — Foto: Mister Shadow/ASI/Estadão Conteúdo

‘Colaboração’

O coordenador do centro e o secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann, confirmaram o recebimento do plano enviado pelo secretário municipal de Saúde, Carmino de Souza.

“Nós recebemos o plano ontem, estamos estudando, será submetido a todo centro de contingência”, afirmou Germann.

“O Carmino, ex-secretário de Estado, secretário em Campinas há vários anos, extremamente experiente e amigo, apresentou um plano que foi discutido com muita gente, muito bem elaborado, é uma contribuição. Mas não há discussão de implementação antes do dia 10”, completou Uip.

Sobre o plano, a diretora do Departamento de Vigilância Sanitária (Devisa) de Campinas, Andrea Von Zuben, reforça que a cidade está organizada para a tomada das medidas, assim que houver autorização para implantá-las.

“As pessoas precisam entender que o vírus não vai sumir. A gente só tem um jeito, a vacina, que a expectativa é de 1 ano e meio a 2 anos. Gradualmente, as pessoas têm que voltar a viver. A gente não vai ficar dois anos fechado. Ninguém aguenta e o pais colapsa”, defende.

Segundo Andrea, o que foi feito no período de isolamento e medidas mais restritivas foi a preparação para atender ao eventual aumento da demanda.

“A lógica é preparar o sistema, isolamento social, para ter leitos suficientes, EPI suficiente, respiradores suficientes, e testes suficientes. A gente tem teste, PCR da Unicamp, PCR do Adolfo Lutz, teste rápido. A gente aumentou a quantidade de leitos e respiradores. Tá abrindo hospital de campanha. A gente conseguiu organizar a compra de EPIs. A gente tem taxas de ocupação de UTI baixas, o sistema está preparado”, completa.

Cautela

O plano de Campinas para flexibilizar o isolamento e permitir a reabertura de comércios e serviços a partir de 4 de maio foi visto com ressalvas pela médica infectologista Raquel Stucchi, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia. Para a especialista, o ideal seria aguardar, no mínimo, a data prevista para o fim na quarentena no Estado, em 10 de maio, ou, inclusive, cogitar a aplicação das medidas após o dia 17.

“Uma das coisas que atrapalham no isolamento é que são muitas diretrizes, municipais, estaduais, federais. Ficar uníssono pelo menos agora com o Estado, vai ajudar a população a entender a importância de cada um de nós na quarentena, no isolamento e no distanciamento social, que provavelmente vai permanecer até setembro”, pontua.

Erros e acertos no uso da máscara de proteção contra o coronavírus — Foto: Arte/G1
Erros e acertos no uso da máscara de proteção contra o coronavírus — Foto: Arte/G1

Fonte: G1 Campinas e região

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