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Disparidade de gênero: TJs têm apenas 21% de mulheres desembargadoras

O aumento nos últimos três anos foi de apenas 1%

Apenas 1%. Este ínfimo número foi o aumento de mulheres atuando como desembargadoras nos Tribunais de Justiça estaduais entre 2020 e 2023, segundo levantamento realizado por Migalhas.

Três anos atrás, o total de pessoas do sexo feminino representava 20%, agora são 21%, deixando evidente que ainda há uma notável disparidade de gênero no Judiciário brasileiro.

Tribunais estaduais

Nos Tribunais de Justiça, apesar do crescimento no número de magistrados, o aumento no total de desembargadoras foi ínfimo, de apenas 1%, saindo de 20% para 21%.

Três anos atrás eram 1.597 desembargadores, sendo 322 mulheres. Agora, o total de magistrados é 1.659, com 349 pessoas do sexo feminino.

O tribunal com maior igualdade de gênero continua sendo o TJ/PA, que tem 57% de mulheres. A porcentagem continua a mesma de 2020. A Corte paraense é seguida pelo TJ/BA (48%), TJ/TO (42%), TJ/CE (41%) e TJ/AC (36%).

A lanterninha é do TJ/AP, que não tem nenhuma mulher (0%) entre os 9 magistrados atuando em 2ª instância. Em seguida aparecem TJ/PE (2%), TJ/PI (4%) e TJ/AL (6%).

Em números absolutos, a disparidade no Tribunal de SP também é evidente. São 357 desembargadores e apenas 36 mulheres, ou seja, 10%.

Tribunais Superiores

Nas Cortes Superiores, o tribunal com número mais paritário é o TST. Dos 26 ministros, 7 são mulheres, totalizando 27%. Em comparação com 2020, o aumento foi de 8%. A melhora no número é fruto das nomeações de Morgana de Almeida Richa, em dezembro de 2021, e Liana Chaib, em dezembro de 2022.

No STF, o total de 2 mulheres ainda é o mesmo de três anos atrás, representando 18%. É importante lembrar que neste ano a presidente da Corte, ministra Rosa Weber, se aposentará ao completar 75 anos. Caberá ao presidente Lula nomear um novo, ou uma nova, integrante ao colegiado. O ministro Ricardo Lewandowski também deixa o Supremo em 2023.

No STJ, que conta com duas vagas em aberto, há 6 ministras entre as 33 cadeiras disponíveis, totalizando 18%.

No TSE e no STM os números de 2020 se mantiveram os mesmos, com 14% e 7%, respectivamente, de representantes do sexo feminino.

Atualmente, somando todas as Cortes Superiores, há um total de 90 ministros, dentre os quais 17 são mulheres. O número representa 19% do total.

Disparidade de gênero
Presidente eleito terá nas mãos ao menos dez vagas a preencher, sendo que quatro delas são hoje ocupadas por mulheres.

Durante o próximo mandato presidencial, de 2023 a 2026, ao menos dez cadeiras estarão vagas no STF, STJ e TST. Com o constitucional poder de indicação, Luiz Inácio Lula da Silva terá a chance histórica de reduzir a notável disparidade de gênero nas Cortes Superiores.

Hoje, dos 71 ministros que compõem STF, STJ e TST, apenas 14 são mulheres – o que representa a pífia porcentagem de 19,7%, sobretudo diante do fato de que há mais mulheres do que homens na sociedade.

Destas 14 ministras, quatro irão se aposentar nos próximos anos. 

 (Imagem: Arte Migalhas)
(Imagem: Arte Migalhas)

Há um clamor geral na questão de gênero, diante da necessidade de avanço em todos os Tribunais, visto que a disparidade histórica precisa ir sendo corrigida. 

Embora os cursos jurídicos tenham sido criados em 1827, foi apenas em 1888, no Recife, que tivemos as primeiras três mulheres bacharéis. E primeira mulher a se formar no Largo S. Francisco foi só em 1902. 

Mesmo galgando espaços, as mulheres só puderam votar a partir de 1932. De lá para cá, como se vê pela representação nos tribunais, os passos têm sido demasiado lentos.

E, como é bem de ver, a história às vezes precisa de empurrões. 

Mulheres no STF

No STF, Lula terá a oportunidade de melhorar, ou ao menos manter o cenário. Com a aposentadoria de Rosa Weber, que completa 75 anos em outubro de 2023, a Suprema Corte ficará com apenas uma mulher na composição, a ministra Cármen Lúcia. No ano que vem, estarão nas mãos de Lula duas indicações, já que se aposentará em maio o ministro Lewandowski.

 (Imagem: Arte Migalhas)
(Imagem: Arte Migalhas)

Mulheres no STJ

No STJ, de 2023 a 2026, cinco ministros irão se aposentar. Na Corte da Cidadania, Lula também terá a chance de diminuir a disparidade de gênero.

Atualmente, apenas 18% da Corte é composta por mulheres. Das 33 cadeiras, 6 são ocupadas por mulheres: Nancy Andrighi, Laurita Vaz, Maria Thereza de Assis Moura (que hoje preside a Corte), Maria Isabel Gallotti, Assusete Magalhães e Regina Helena Costa.  

Com a aposentadoria de Laurita Vaz, em 2023, e de Assusete Magalhães, em 2024, a porcentagem seria ainda menor. 

 (Imagem: Arte Migalhas)
Com aposentadoria de mulheres no STJ nos próximos quatro anos, disparidade de gênero será ainda maior.(Imagem: Arte Migalhas)

Mulheres no TST

No TST, há seis mulheres no total de 27 ministros, o que representa 22% da composição. São elas: Dora Maria da Costa, Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, Kátia Magalhães Arruda, Delaíde Alves Miranda Arantes, Maria Helena Mallmann e Morgana de Almeida Richa.

Além destas, Bolsonaro indicou a desembargadora Liana Chaib. Passando na sabatina do Senado, a Corte contará com sete mulheres.

Entre 2023 e 2026, sairá ao menos uma mulher. Dora Maria se aposenta em março de 2026.

 (Imagem: Arte Migalhas)
Dos 27 ministros do TST, apenas 6 são mulheres.(Imagem: Arte Migalhas)

Fonte: Redação do Migalhas

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