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Empresa permite adotar galinha e cuidar de horta a distância

Comer verduras orgânicas da sua própria horta e criar uma galinha sem precisar abandonar a vida na cidade grande. Essa é a proposta da Garde Manger, plataforma on-line que permite ao cliente ser o agricultor virtual de um pedaço de terra que realmente existe e fica em Tatuí, no interior de São Paulo.

“Os joguinhos em que as pessoas cuidam de fazendas fazem o maior sucesso. Agora, elas podem receber em casa o que cultivam”, diz o francês Antoine Dubacq, 29, idealizador do negócio, que começou suas operações em maio deste ano.

No site da empresa, o usuário pode escolher entre três tamanhos de horta e os produtos que deseja plantar nela –legumes, verduras, frutas, ervas e flores. Ali, ele também dá nome à sua própria galinha, que fornece, em média, três ovos por semana.

As aves ficam soltas em uma área de mil metros quadrados e recebem uma etiqueta, afixada ao pé. Atualmente, vivem nesse espaço Clotilde, Doralice, Mafalda e outras 17 galinhas.

Os planos de assinatura custam de R$ 250 a R$ 450 por mês, com entregas aos sábados –por enquanto, apenas na zona oeste da capital paulista. Pela plataforma, o cliente acompanha o status da sua plantação e pode vender ou trocar alimentos com outros usuários.

Quem quiser pode agendar uma visita à sua horta. “O serviço oferece personalização do início ao fim. A pessoa está no controle de tudo”, afirma Dubacq, que mora em São Paulo há quatro anos.

Especialista em tratamento de imagem, ele começou a desenvolver a plataforma sozinho em março do ano passado. Em paralelo, saiu em busca de terrenos para materializar a sua ideia. Depois de muita procura, encontrou uma área sem uso de 4.500 metros quadrados em uma fazenda, que arrenda por R$ 1.000 ao mês.

O investimento inicial foi de R$ 60 mil. A empresa tem dois funcionários que cuidam do cultivo, e o transporte é terceirizado. Hoje, são 20 clientes com hortas e galinhas próprias e cerca de 70 que só recebem as cestas de produtos orgânicos.

A ideia é chegar aos 500 para essa área de produção e, aos poucos, abrir fazendas em outras localidades. “As hortas têm de estar o mais perto possível dos clientes, para que possam visitá-la.”

TÊTE-À-TÊTE
Cada vez mais as pessoas estão interessadas em conhecer bem o modo de produção daquilo que consomem, segundo Luciana Stein, pesquisadora de tendências da TrendWatching. “Trata-se de uma reação ao aumento do consumismo e da clareza de que o consumo tem custos humanos, sociais e ambientais”, afirma ela.

“Existe um movimento de aproximação entre clientes e produtores, um fluxo livre de ideias e de colaboração que se iniciou com a internet”, completa Stein.

Foi também nessa linha que surgiu a Raízs, plataforma de venda de orgânicos que estampa em cada produto a foto da família de agricultores que o produziu –são 72.

Além disso, o site disponibiliza textos e vídeos que contam a história de alguns desses produtores.

Em setembro de 2016, a empresa começou um programa de visitas às propriedades rurais. “A ideia é juntar essas duas pontas e criar um laço entre elas”, afirma o engenheiro de gestão Tomás Abrahão, 26, fundador da Raízs, que opera em São Paulo.

As vendas on-line tiveram início há pouco mais de um ano. Hoje, a cartela de clientes chega aos 3.000, sendo 1.192 deles ativos. O faturamento mensal da empresa fica em torno dos R$ 100 mil.

“Não é apenas o desejo por uma alimentação saudável, mas um conjunto de valores que envolvem também dar importância à produção local e ao vínculo emocional com ela”, diz Gustavo Carrer, consultor do Sebrae. “O grande desafio desse tipo de negócio é conseguir entender bem o público e se comunicar com ele da melhor forma.”

Aplicativo une compradores a floristas locais
Foi a impessoalidade do comércio virtual de flores que motivou o administrador Ricardo De Boer, 33, a criar em 2015 a Pollen, plataforma que conecta consumidores a floristas artesanais da sua vizinhança.

“Em geral, o usuário de e-commerce não sabe quem está do outro lado nem a qualidade do buquê que vai chegar”, diz De Boer. “O objetivo da Pollen é fazer com que o cliente se sinta dentro de uma floricultura de bairro, só que on-line.”

Os floristas recebem os pedidos pelo aplicativo e, assim que finalizam os arranjos, enviam a foto do trabalho ao e-mail do cliente, que pode aprovar ou solicitar mudanças.

Além disso, o profissional também pode ligar diretamente para o consumidor e oferecer opções de flores mais frescas, que tenha recebido naquele dia. O florista é o responsável por fazer as entregas e pode utilizar as plataformas de transporte Cabify e 99, com as quais a Pollen tem parceria.

Segundo De Boer, essa relação mais direta entre as duas pontas não põe em risco a utilidade do aplicativo, pelo contrário. “O próprio profissional vai querer direcionar os pedidos para a plataforma, porque ela facilita a vida dele”, diz.

Antes de fazer parte da rede da Pollen, o florista tem de passar por um processo de seleção, que inclui análise de fotos dos arranjos e conversas por telefone. Hoje, são 250 profissionais espalhados por 17 cidades do país –50 deles estão na Grande São Paulo.

A empresa fica com 30% do valor dos produtos, que são comercializados a partir de R$ 28, sem contar o frete. Até o momento, De Bouer investiu R$ 800 mil para desenvolver e aprimorar a plataforma.

Fonte: Folha de São Paulo

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