Expectativa de vida vai a 75,5 anos: 79 para mulheres e 72 para homens
De 1940 a 2015, aumento foi de 30 anos. No mesmo período, mortalidade infantil caiu 90,6%. Mas um homem de 20 anos tem 4,5 vezes mais chances de não chegar aos 25 do que uma mulher
Em 2015, a expectativa de vida ao nascer subiu para 75,5 anos (75 anos, cinco meses e 26 dias), ante 75,2 anos em 2014, uma diferença de três meses e 14 dias. O aumento foi um pouco maior para as mulheres, que passaram de 78,8 para 79,1 anos, enquanto os homens foram de 71,6 para 71,9 anos. Os dados, que constam das Tábuas Completas de Mortalidade do Brasil, divulgadas hoje (1º) pelo IBGE, são um dos instrumentos usados para determinar o fator previdenciário no cálculo da aposentadoria.
Em relação a 1940, a expectativa aumentou em 30 anos. Em igual período, a taxa de mortalidade infantil caiu de 146,6 óbitos por mil nascidos para 13,8, redução de 90,6%. Já a taxa de mortalidade até 5 anos é de 16,1 por mil.
“Todas as idades foram beneficiadas com a diminuição dos níveis de mortalidade, principalmente as idades mais jovens, nas quais se observam os maiores aumentos nas expectativas de vida, com maior intensidade na população feminina”, informa o IBGE. Segundo o instituto, uma pessoa que completou 50 anos em 1940 tinha expectativa de vida de mais 19,1 anos. Em 2015, quem completou 50 anos tinha expectativa de 30,2 anos, com a idade média passando e 69,1 para 80,2 anos, 11 anos a mais.
No caso de uma pessoa com 65 anos, a expectativa em 1940 era de viver mais 10,6 anos, em média, enquanto em 2015 esse período subiu para 18,4 anos. A população nessa faixa etária aumentou de 2,4% para 7,9% do total. Aos 80, o período a mais subiu de 4,3 para 9,4 anos.
Com a redução da mortalidade, aumentou o número de jovens que chegam à fase adulta. Em 1940, de mil pessoas que atingiram os 15 anos, 535 chegaram aos 60. No ano passado, foram 858.
No ano passado, a unidade da federação com a maior expectativa de vida ao nascer foi Santa Catarina (78,7 anos), chegando a 82,1 anos para as mulheres e a 75,4 para os homens. A menor expectativa era do Maranhão (70,3 anos para ambos os sexos). Alagoas tinha a menor esperança de vida para os homens (66,5 anos) e Roraima, para as mulheres (74,0 anos).
Violência
Ainda de acordo com o instituto, um homem de 20 anos tinha 4,5 vezes mais chance de não completar os 25 anos que um mulher do mesmo grupo de idade. A chamada sobremortalidade masculina (maior mortalidade em relação à população feminina) concentrava-se nas faixas de 15 a 19 anos (3,6 vezes), 20 a 24 (4,5) e 25 a 29 anos.
“Este fenômeno pode ser explicado pela maior incidência dos óbitos por causas violentas ou não naturais, que atingem com maior intensidade a população masculina”, diz o IBGE. “A inexistência de sobremortalidade masculina em níveis elevados no grupo de adultos jovens em 1940 comprova que este fenômeno é proveniente de regiões que passaram por um rápido processo de urbanização e metropolização, como no caso do Brasil.”
As tabelas mostram ainda diminuição da mortalidade feminina no período fértil (de 15 a 49 anos). Em 1940, de cada 100 mil nascidas, 57.336 completaram o período, e em 2015 para 94.052. “A probabilidade de uma recém-nascida completar o período fértil passou de 573% (por mil) em 1940 para 941% em 2015.”
Fonte: Rede Brasil Atual