Artigos de menuUltimas notícias

Homem negro vai cobrar o seu pagamento e é espancado até a morte

O congolês Moïse Kabamgabe, 24 anos, foi brutalmente assassinado após ir cobrar diárias de trabalho que estavam atrasadas.

Moïse trabalhava no quiosque Tropicália, perto do Posto 8, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. 

Ele foi até o local cobrar os dias trabalhados que não foram pagos e o que ele recebeu foi ser espancado por cinco homens com pedaços de madeira e taco de beisebol até a morte. Amarraram seus pés e mãos e o deixaram jogado. Segundo testemunhas, foram 15 minutos e o quiosque ainda continuou funcionando normalmente.

A história do Moïse só começou a ganhar repercussão após o enterro do rapaz.

O secretário de Igualdade Racial da CUT-Rio, Aluízio Júnior, falou sobre o ocorrido e o terrível tratamento dado aos imigrantes no Brasil.

“É terrível e muito triste. O Brasil sempre foi um país de bom tratamento entre nós mesmos e estrangeiros. Hoje a gente vive sob o estímulo de um comportamento de intolerância pelo próprio presidente e seu governo”.

A causa da morte após perícia foi de traumatismo no tórax, com contusão pulmonar, causada por ação contundente.

O laudo do IML diz que os pulmões de Moïse tinham áreas hemorrágicas de contusão e também vestígios de broncoaspiração de sangue.

A vida de Moïse

Moïse veio para o Brasil em 2014 com a mãe e os irmãos, como refugiado político, para fugir da guerra e da fome. 

A família falou que o responsável pelo estabelecimento estava devendo dois dias de pagamento para Moïse e que, quando o congolês foi cobrar, foi espancado até a morte.

A mãe do rapaz no dia do enterro manifestou toda a sua indignação pelo ocorrido com o filho.

“Meu filho cresceu aqui, estudou aqui. Todos os amigos dele são brasileiros. Mas hoje é uma vergonha. Morreu no Brasil. Quero justiça”, afirmou Ivana Lay, mãe de Moïse.

O Brasil que é conhecido como um país que acolhe pessoas de todo o planeta mata um irmão é algo inconcebível nos tempos atuais. 

“Uma pessoa de outro país que veio ao seu país para ser acolhido. E vocês vão matá-lo porque ele pediu o salário dele? Porque ele disse: ‘Estão me devendo’?”, questionou Chadrac Kembilu, primo de Moïse.

Repercussão nas redes sociais

Thiago Amparo – advogado e professor

Um país em que uma pessoa preta africana é espancada a céu aberto por longos 15 min por 5 pessoas, é amarrada inconsciente e continua a ser espancada, e o local continua a funcionar normalmente não merece nada menos do que botar fogo e reconstruir das cinzas.

Augusto de Arrudo Botelho

Além da violência e da covardia, a falta de informação no caso do Moise é impressionante. Tudo choca nessa história, absolutamente tudo.

Marcelo Freixo – deputado federal (PSB)

Moise deixou o Congo para fugir da guerra e buscar uma vida melhor no Brasil, mas acabou brutalmente assassinado no RJ. Chega de violência. Nosso Estado precisa de paz para que todas as pessoas que escolhem a nossa terra possam viver e trabalhar com dignidade.

Orlando Silva – deputado federal (PCdoB)

Um assassinato brutal de um homem que luta pela sobrevivência. Era negro, migrante. Racismo e xenofobia num país construído pelas mãos calejadas dos negros africanos. É a barbárie!

Antonio Neto – presidente da CSB

É revoltante a notícia do assassinato do jovem congolês Moïse Kabamgabe, morto a pauladas por cobrar SALÁRIOS ATRASADOS!

Sim, um jovem no Brasil foi morto por cobrar de um quiosque no Rio de Janeiro o salário de dois dias trabalhados.

É isso que chamam de modernidade?

Randolfe Rodrigues – senador

É triste, cruel, revoltante. Moïse Kabamgabe saiu do Congo para fugir da guerra, chegou ao Brasil e foi assassinado de forma atroz nas ruas do RJ. Que país é esse? Não é o Brasil que queremos! Queremos JUSTIÇA e o fim dessa cultura de VIOLÊNCIA!

Professor Silvio de Almeida

Um homem negro foi assassinado quando reivindicava direitos trabalhistas e ainda há quem negue que racismo seja relação de poder e que tenha profundos laços com a economia. Certamente aparecerá algum inocente ou canalha (ou os dois) para dizer que “não foi racismo”.

Preto Zezé – presidente da Cufa Brasil

Um jovem preto Africano foi reivindicar direitos trabalhistas.Teve mãos e pés amarrados em seguida foi espancado até a morte por 5 homens no Rio de Janeiro. As autoridades e grande parte da imprensa seguem indiferentes. O Brasil é um país perigoso para nossa gente preta. Cuidado!

Fonte:  Redação Mundo Sindical

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.