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Inclusão social no país deixa a desejar

O Fórum Econômico Mundial coloca o Brasil em 30º lugar entre 109 países num relatório que procura ilustrar como o crescimento econômico se traduziu em progresso social. O Fórum sugere um novo modelo de crescimento econômico para reforçar a inclusão social – e, consequentemente, combater a crescente onda populista e a frustração popular em diversos países. Considera essencial reordenar as prioridades em matéria de política econômica, afim de combater insegurança e desigualdades decorrentes da evolução tecnológica e da globalização.

O Brasil é apontado como tendo dificuldade em converter crescimento econômico em inclusão social duradoura. Sua classificação é menos elevada do que seu PIB poderia permitir, no Índice de Desenvolvimento Solidário (IDI) estabelecido pelo Fórum, significando que seu crescimento não se traduziu em alta inclusão social.

Estados Unidos, Japão, México, África do Sul, Irlanda e Nigéria figuram na mesma situação do Brasil. Em contrapartida, países como Camboja, República Tcheca, Nova Zelândia, Coreia do Sul e Vietnã têm classificação melhor, atribuída a medidas eficazes para permitir um “crescimento solidário”.

Conforme o relatório, a renda média anual baixou 2,4%, ou US$ 284 por habitante, em 26 países europeus entre 2008 e 2013. Os países em desenvolvimento se saíram um pouco melhor, com alta da renda média de 10,7%, ou US$ 165. No entanto, 23% deles tiveram diminuição de renda média por habitante de 9% contra 54% no caso dos países desenvolvidos.

O Índice de Desenvolvimento Solidário mede o desenvolvimento econômico segundo três pilares. Um é o do crescimento que calcula o aumento do PIB, a participação e a produtividade da população ativa, e a esperança de vida. O outro é o pilar da inclusão, sobre a renda média por família, taxa de pobreza e medidas de desigualdade. O terceiro é o da equidade, que leva em conta taxa de poupança líquida, dependência demográfica, dívida pública e intensidade de carbono na economia.

Nesse cenário, a avaliação do Fórum Econômico Mundial é de que o IDS do Brasil diminuiu ligeiramente nos últimos cinco anos. Comparado à 30ª posição do Brasil, o Peru está na 14ª, a China na 15ª e o Paraguai na 19ª.

O texto chega às conclusões habituais de que o país precisa gastar mais em serviços básicos e infraestrutura. Constata que a economia brasileira está se tornando menos intensiva em carbono, na posição 65ª. Mas insiste que para o Brasil ter crescimento mais inclusivo, a saída é melhorar a educação, particularmente para os jovens mais pobres que atualmente têm um desempenho mais fraco. Além disso, lembra que no Brasil “a corrupção continua sendo um grande problema, minando a confiança”.

Para o Fórum, em escala mundial todo mundo deveria ter crescimento mais solidário, mas na prática a situação é outra.

Estima que, se os governos e sociedades quiserem diminuir eficazmente os problemas sociais, as políticas econômicas devem ser revistas para permitir uma melhora real no nível de vida.

Fonte: Valor Econômico

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