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Líderes do Brics reúnem-se em Fortaleza para um novo ciclo

Mesmo com taxas de crescimento inferiores em relação aos último anos, a expectativa de contribuição conjunta de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, os chamados Brics, à economia mundial ainda é grande. Especialmente porque, neste ano, embora sendo alvo de várias projeções pessimistas, o desempenho desses países deverá continuar acima do esperado para as economias avançadas. E é em meio a esse clima que Fortaleza recebe nesta segunda e terça-feiras, dias 14 e 15, o encontro anual dessas nações, onde são aguardadas aproximadamente três mil pessoas. O peso da VI Cúpula do Brics, na Capital cearense, pode ser medido por seus participantes, já que todos os chefes de Estado, acompanhados de ministros, empresários e lideranças, participam do evento. De prestígio e força crescentes no mundo, esses países tornaram-se parte indispensável na resolução dos principais temas internacionais, sobretudo em um momento de continuidade da crise econômica na Zona do Euro e nos Estados Unidos.

Juntos, os cinco integrantes estendem-se por cerca de 26% da área terrestre do planeta e abrigam 46% da população mundial. Em matéria de crescimento econômico, encontram-se à frente do prognóstico de 2001 (África do Sul ainda não incluída): detém 18% do PIB mundial, ante à previsão original do Banco Goldman Sachs, de 14,2%.

Estima-se que, adicionando a África do Sul, hoje, eles respondam por cerca de 25% da economia global. Detentores de imensas riquezas naturais, a participação do Brics nas exportações mundiais, segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), também é expressiva, mais do que dobrando entre 2001 e 2011, passando de 8% para 16%. Nesses onze anos, o volume total de exportações cresceu mais de 500%, comparado com o crescimento de cerca de 195% do montante global de vendas externas.

Temática
Tais dimensões certamente deverão se traduzir na temática oficial da Cúpula – Crescimento Inclusivo: Soluções Sustentáveis -, bem como dos encontros bilaterais. Nesse contexto, destaca-se o setor financeiro, que é uma nova frente de cooperação. Nesse campo, encontram-se em estágio avançado as negociações para o estabelecimento de um banco de desenvolvimento, voltado ao financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável no Brics e em outros países em desenvolvimento, o que deverá sair já no encontro deste ano.

Do mesmo modo, deverá ser concluído o acordo com vistas à formação do Arranjo Contingente de Reservas, fundo com montante inicial de US$ 100 bilhões, ao qual os países emergentes poderão recorrer em momentos de dificuldade de liquidez. Um dos objetivos é contribuir para a estabilidade financeira internacional, ao oferecer uma linha de defesa adicional.

Dessa forma, a Cúpula de Fortaleza marcará a abertura de um novo ciclo do Brics. O Brasil tenciona dar continuidade ao processo para que o grupo venha a auferir ganhos incrementais com base na cooperação já existente. A intenção de conferir em Fortaleza ênfase particular às dimensões de inclusão social e de desenvolvimento sustentável também dará visibilidade às políticas públicas implementadas por esses países e à contribuição do crescimento econômico do Brics na redução da pobreza.

Para o Brasil, a importância do grupo surge na medida em que reúne cinco parceiros estratégicos, com expressiva articulação em suas regiões e crescente participação na economia global. A partir da Cúpula realizada na Capital cearense, o País assumirá a presidência de turno do Brics e liderará a implementação do Plano de Ação a ser aprovado na ocasião. Para marcar a abertura dessa Cúpula, o Diário do Nordeste preparou este especial, para que se tenha uma ideia da dimensão econômica, política e social de cada país-membro do Brics, assim como do que deverá ser tratado nesses dias de evento.

Fonte: Diário do Nordeste

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