Mulheres ampliam a produtividade do trabalho, diz FMI
O Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou nesta terça-feira um estudo que aponta que os países ganham produtividade quando ampliam a participação feminina no mercado de trabalho. Intitulado “Ganhos Econômicos da Inclusão de Gênero: Novos Mecanismos, Novas Evidências”, a publicação faz parte da reunião anual do Fundo, que ocorre em Bali, na Indonésia.
“As mulheres trazem novas habilidades para o local de trabalho. Isso pode refletir as normas sociais e seus impacto nas educação, interações e em diferenças na aceitação de riscos e respostas a incentivos, por exemplo”, afirma o documento, elaborado por J. D. Ostry, J. Alvarez, R. Espinoza, and C. Papageorgiou.
Com diversos dados técnicos, o estudo aponta que países onde aumentou consideravelmente a participação feminina no mercado de trabalho desde 1990, como a Irlanda, o Brasil e a República Dominicana – estes dois últimos focados no setor de serviços – tiveram ganhos de produtividades maiores que nações onde essa participação ficou estagnada, como Egito, onde apenas 16% das mulheres trabalham. E que ter mulheres na equipe levam até a ganhos de produtividade entre funcionários homens.
“O modelo deste artigo sugere que as barreiras à participação da força de trabalho feminina no Egito são equivalentes a uma taxa de imposto adicional de cerca de 50% sobre a renda do trabalho das mulheres”, afirma o estudo, que indica que sem estas barreiras o PIB do país poderia ser 60% maior. “Ganhos de magnitude similar seriam atingíveis em outros países altamente desiguais como o Paquistão e a Índia. Barreiras à participação feminina englobam discriminação, investimentos diferenciados em capital humano e políticas deficientes de licenças parentais, para poucos”.
Fonte: O Globo