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Mulheres das centrais se organizam para garantir e lutar por mais direitos

Tiago Santana/FS
Crédito: Tiago Santana/FS
Seminário Nacional de Gênero e Negociação Coletiva foi organizado pelas centrais e teve apoio da CSA e OIT/ACTRAV

As centrais sindicais – Força Sindical, UGT e CUT – realizaram nos dias 3 e 4 de agosto o Seminário Nacional de Gênero e Negociação Coletiva, com o apoio da Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras nas Américas (CSA). A presidente do SEAAC Campinas e Região, Elizabete Prataviera, participou das discussões.

O Seminário também teve o apoio da OIT/ACTRAV e o objetivo foi traçar um panorama de empresas e setores no processo de negociação coletiva com foco em igualdade e elaborar propostas para fortalecer a participação das mulheres nas negociações e decisões que envolvem o mundo do trabalho.

O evento contou com várias palestras que abordaram temas ligados a mulher e sua participação no mundo do trabalho, entre os quais, Principais Avanços na Negociação Coletiva, Situação da Mulher no Mercado do Trabalho, Estratégias para que as mulheres participem dos processos de negociação coletiva, e Estratégias de incidência na elaboração de políticas públicas que contribuam para diminuir a desigualdade.

A economista Marilane Teixeira, da CESIT/UNICAMP, ressaltou que as mulheres precisam lutar pelo desenvolvimento de projetos no Parlamento que priorizem a igualdade entre homens e mulheres, punir as empresas que não promovam igualdade de oportunidade. “Hoje vemos que as empresas não proporcionam oportunidades para que homens e mulheres disputem as oportunidades em condições iguais”.

Marilene disse ainda que as mulheres representam um número muito baixo de dirigentes sindicais que sentam na mesa de negociação com os patrões. “Precisamos mudar este quadro e para isso as mulheres devem se unir e se qualificarem para que possam participar cada vezes mais do processo de negociação coletiva e lutar por mais direitos”.

A secretária Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres de São Paulo, fez um levantamento das principais frentes de atuação e alertou que o grande desafio para implantar políticas para as mulheres é fazer um trabalho em conjunto com as demais secretarias do Município. “Fortalecer a luta das mulheres passa necessariamente pela qualificação das mulheres”.

Maria Auxiliadora, secretária Nacional de Políticas para as Mulheres da Força Sindical, disse que o movimento sindical tem papel importante para que seja aberto cada vez mais espaço para as mulheres na luta por direitos e a manutenção daqueles já conquistados. “Devemos mobilizar as mulheres trabalhadoras para valorizarmos cada vez mais a nossa mão de obra, já que a realidade que se apresenta ainda é de ocuparmos cargos inferiores em comparação aos homens”.

Auxiliadora ressaltou ainda que foi importante realizar este Seminário para preparar as dirigentes sindicais para a I Conferência de Mulheres que será realizado pela CSA de 9 a 11 de setembro, no Panamá.

Segundo a presidente do SEAAC Campinas, Elizabete Prataviera, foi um excelente Seminário, em pudemos ver em que os sindicatos têm avançado em relação às cláusulas de gênero, assim como também as políticas públicas implantadas no município de São Paulo.

Desafios
1) Devemos ampliar as cláusulas de responsabilidades entre homens e mulheres.
2) Analisar melhor o PL 130 = Igualdade Salarial do qual foi retirada a multa.
3) E a ratificação da Convenção 156 da OIT – Responsabilidade Compartilhada.

“A palestrante do Dieese, Patricia Pelatieri falou sobre a Situação da Mulher no Mercado de Trabalho e as Estratégias para que as mulheres participem dos processos de negociação coletiva. Vimos que o perfil e a participação da mulher no mercado de trabalho mudou muito. As mulheres hoje trabalham em funções que antes eram exercidas somente pelos homens. As desigualdades tem se reduzido, mas ainda há muita diferença a ser superada”, ressaltou Elizabete.

No dia 4 a palestra foi da Secretária Municipal de São Paulo de Políticas para as Mulheres, Denise Motta Dau, que falou sobre o tema “Como implementar adequadamente as normas e instrumentos internacionais relativos à Gênero”. “Concluímos que quando se tem uma secretaria específica para tratar dos assuntos relacionados a mulher há sim um avanço, porém as dificuldades de se implantar políticas públicas específicas são grandes ainda”, frisou a presidente do SEAAC Campinas.

Propostas do Seminário:
1) Realização de um Seminário do DIEESE para as Mulheres negociadoras das Centrais Sindicais;
2) Ratificação da Convenção 156 da OIT – Referente o Compartilhamento das Responsabilidades;
3) Elaboração de um Documento Comum com a Plataforma das Trabalhadoras do qual teremos um compromisso das discussões e futuras inserções de cláusulas de gênero nas CCT`s de todas as categorias.

Além da Maria Auxiliadora participaram do encontro pela Força Sindical, Aparecida Carmelita de Souza, Sindicato das Costureiras; Maria Euzilene Nogueira, Sindicato dos Metalúrgicos SP; Ruth Coelho Monteiro, Sindicato dos Têxteis; Vilma Pardinho, Sindicato dos Químicos; Regina Strepeckes – Sindicato dos Eletricitários; Patricia, Sindicato dos Eletricitários; Edna Maria, Sindicato da Saúde; Josileide de Oliveira – Sindicato da Construção Civil.

Fonte: Força Sindical/com informações do SEAAC Campinas

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