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Sindicatos paralisam Argentina pela terceira vez contra ajustes e acordo com FMI

Os sindicatos da Argentina paralisam nesta segunda-feira, 25, o país, com uma greve de 24 horas, com a qual pretendem demonstrar sua força ante o governo do presidente Mauricio Macri e rejeitar o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Com os trens, metrô, ônibus e aviões parados, os organizadores do protesto calculam que ao menos um milhão de trabalhadores devem aderir ao movimento. Esta é a terceira greve geral convocada no país em 15 meses contra o governo de Macri, que considera políticos os motivos do protesto, depois das mobilizações de 6 de abril e 18 de dezembro de 2017.

Entidades bancárias, escritórios, hospitais (exceto urgências) e escolas públicas, serviços de coleta de lixo e postos de gasolina também estão sendo afetados pela greve.

Embora a convocação da Confederação Geral de Trabalhadores (CGT) se limite a uma paralisação das atividades, sem manifestações, setores mais radicais anunciaram que pretendem bloquear os acessos à cidade de Buenos Aires com mobilizações.

Com um mal-estar crescente pela situação econômica, que levou o governo a fazer um acordo com o FMI, esta será a oportunidade para medir a capacidade de resistência sindical. “A greve é contra o programa econômico, para que se abandone esta linha de ajuste permanente. O FMI sempre trouxe penúrias aos argentinos”, disse Juan Carlos Schmid, dirigente da CGT.

Como proposta concreta, os sindicatos desejam a retomada das negociações de ajustes salariais deste ano, para um alinhamento com a projeção de inflação, calculada pelo Banco Central em 27%. As negociações que aconteceram em sua maioria no início do ano utilizaram como referência a meta de inflação anual de 15%.

Para tentar retomar o diálogo com os sindicatos, o ministro do Trabalho, Jorge Triaca, afirmou desejar que as negociações salariais aconteçam livremente. “O governo está em uma conjuntura muito difícil, se encontra no menor índice de popularidade e enfrenta um forte questionamento do setor assalariado”, afirmou o cientista político Diego Reynoso, da Universidade de San Andrés, em Buenos Aires.

O desemprego chegou a 9,1% no primeiro trimestre do ano, contra 7,2% no último trimestre de 2017. Para enfrentar uma corrida cambial que começou no fim de abril e provocou uma desvalorização da moeda de quase 35% no decorrer do ano, o FMI concedeu à Argentina um crédito “stand by” de US$ 50 bilhões, o maior já estabelecido por este organismo.

O crédito tem vigência de três anos e, em troca, a Argentina se compromete a reduzir a zero em 2020 seu déficit fiscal, que em 2017 foi de 3,9% do PIB. Para isto é necessário interromper as obras públicas, reduzir o tamanho do Estado e limitar as transferências às províncias.

Como previsão, o acordo contém uma cláusula que permite ao Estado elevar o gasto em projetos sociais no caso de aumento da pobreza, que em 2017 atingiu 25%.

Fonte: Estado de S.Paulo

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