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Temer reúne parte das centrais e cria grupo de trabalho por reforma da Previdência

O presidente interino Michel Temer convocou ontem a primeira reunião ampliada com sindicalistas para discutir a Reforma da Previdência Social.Ficou definida a criação de um grupo de trabalho que apresentará uma proposta de reforma no prazo de 30 dias, a ser enviada ao Congresso Nacional. O grupo volta a se reunir no dia 18 de junho, sob a coordenação do chefe da Casa Civil, ministro Eliseu Padilha.

Durante a reunião, Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmaram que é preciso “negociar e buscar uma solução” para a Previdência. Segundo o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), Temer teria sinalizado que as mudanças atingirão os trabalhadores que ainda vão ingressar no sistema. “Não podemos aceitar mudanças para quem já está no sistema”, afirmou. “Topamos discutir outra Previdência, para quem vai entrar “, completou.

Uma fonte que participou da reunião disse ao Valor que ontem o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, telefonou para o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira, para preparar o terreno para a reunião. No fim da semana, Meirelles e Paulo Pereira haviam discutido sobre propostas para mudanças na Previdência. Ontem, segundo esta fonte, o tom do encontro foi mais amistoso.

No telefonema a Paulo Pereira, Meirelles procurou relativizar as propostas que poderiam ser adotadas pelo governo, como previsão de idade mínima para aposentadoria, e as classificou como ideias gerais de um início de gestão que ainda busca alinhar discursos e entendimentos. Paulinho, por sua vez, já tinha chamado de “estapafúrdias” essas ideias.

No telefonema, Meirelles também fez questão de afirmar a disposição do novo governo para dialogar sobre todas as propostas a serem apresentadas ao Congresso. Essa predisposição foi reforçada por Temer durante a reunião desta segunda-feira.

O presidente interino abriu o encontro propondo “um governo de diálogo com muita negociação” e afirmou ter ciência de que o debate envolvendo a Previdência se arrasta por governos.

O presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros, Antônio Neto, que é filiado ao PMDB, afirmou que não acha necessária uma reforma da Previdência Social neste momento nem a fixação de uma idade mínima para a aposentadoria.

Ele disse que há uma distorção sobre o déficit previdenciário, que é provocado pela aposentadoria rural, enquanto a aposentadoria urbana é superavitária.

“Não acho necessário [uma reforma da previdência] agora, ela tem sido superavitária nos últimos tempos, mesmo com a DRU [Desvinculação das Receitas da União]”, disse Neto. Segundo o sindicalista, é preciso discutir como fazer com que as empresas que estão devendo para a Previdência paguem suas dívidas e discutir outras formas de arrecadação.

Ele critica a fórmula progressiva 85/95 que foi aprovada. “Já foi feita a maldade, em 2026 ninguém mais se aposenta nem o homem com menos de 65 anos nem a mulher com menos de 60 anos”, afirmou.

Padilha vai coordenar o grupo de trabalho a ser formado com representantes do governo, como o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, e das entidades sindicais presentes ao encontro: Força Sindical, UGT, CSB e Nova Central. CUT, ligada ao PT, e CTB, ligada ao PCdoB, não participaram da reunião.

Em nota divulgada nesta segunda-feira, dia 16, a CUT afirmou que “não reconhece golpistas como governantes”. “Acreditamos que a luta contra os retrocessos pretendidos e anunciados será travada pelo conjunto dos movimentos sociais nas ruas, nos locais de trabalho, na luta constante para impedir que o Brasil recue, do ponto de vista democrático, institucional e civilizatório, a décadas passadas”, diz o comunicado, assinado pelo presidente da CUT, Vagner Freitas.

Fonte: Valor Econômico

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