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Transtornos mentais afetam mais de 1 bilhão globalmente, alerta OMS

Um em cada oito habitantes do planeta convive hoje com algum transtorno mental. É o que revelam os relatórios World Mental Health Today e Mental Health Atlas 2024, divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Segundo a entidade, mais de 1 bilhão de pessoas enfrentam condições como ansiedade e depressão, que estão entre os problemas mais comuns em todas as regiões do mundo.

Essas doenças afetam mulheres de forma desproporcional e estão entre as principais causas de incapacidade no longo prazo, trazendo também consequências econômicas sérias: elevam custos de saúde e reduzem a produtividade global.

Avanços e obstáculos a se superar

Nos últimos anos, houve sinais positivos, como a ampliação de programas de promoção da saúde mental em escolas e comunidades.

  • Mais de 80% dos países já oferecem apoio psicossocial em situações de emergência — um avanço em relação a 2020, quando esse índice era de 39%.
  • Serviços de teleatendimento e acompanhamento ambulatorial também cresceram, embora de forma desigual.

Mesmo assim, a situação está longe do ideal.

  • Os governos destinam, em média, apenas 2% de seus orçamentos de saúde para a área de saúde mental, índice que não mudou desde 2017. Enquanto países ricos chegam a investir até US$ 65 por pessoa (cerca de R$ 338), os de baixa renda gastam US$ 0,04 (aproximadamente R$ 0,21).
  • A escassez de profissionais também é crítica: globalmente, existem apenas 13 especialistas de saúde mental para cada 100 mil habitantes, e nos países mais pobres essa proporção é muito menor.

Por que o mundo precisa agir agora

Diante desse cenário, a OMS reforça que transformar os serviços de saúde mental é um dos maiores desafios da saúde pública. “Investir em saúde mental significa investir em pessoas, comunidades e economias”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da organização.

Entre as metas urgentes estão ampliar o financiamento, garantir legislações que respeitem os direitos humanos, valorizar a formação de profissionais e expandir os cuidados comunitários.

O desafio é ainda maior no combate ao suicídio: em 2021, 727 mil pessoas morreram por suicídio, tornando-se uma das principais causas de morte entre jovens. Embora a ONU tenha como meta reduzir as taxas em um terço até 2030, o ritmo atual projeta uma queda de apenas 12%.

Canais de atendimento no Brasil

  • CVV (Centro de Valorização da Vida): apoio emocional gratuito, 24 horas, pelo telefone 188, site ou e-mail;
  • SUS (Caps): Centros de Atenção Psicossocial oferecem atendimento especializado em saúde mental;
  • Mapa da Saúde Mental: plataforma online com serviços gratuitos presenciais e virtuais, além de materiais de orientação;
  • Pode Falar (Unicef): escuta para jovens de 13 a 24 anos, via WhatsApp, de segunda a sexta, das 8h às 22h.

Fonte: VivaBem/UOL/com informações de reportagem da Agência Estado publicada em 08/09/2025